Efeito de herbicidas no comportamento e morfologia de abelhas Apis mellifera L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lunardi, Juliana Sartori
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/238542
Resumo: Apesar da sua importância como polinizadores, as populações de abelhas Apis mellifera L vêm sofrendo redução em diversas regiões do planeta, prejudicando a sobrevivência da espécie e a manutenção dos ecossistemas. O uso de herbicidas em cultivos agrícolas tem sido apontado como um dos fatores responsáveis, inclusive em doses subletais, que além de causar mortalidade, podem levar a alterações comportamentais e fisiológicas nas abelhas, como a capacidade de secreção das glândulas mandibulares e hipofaringeanas de abelhas nutrizes, responsáveis pela produção de geleia real, alimento das crias e rainha. As rainhas são as responsáveis pela postura dos ovos que darão origem às demais abelhas da colmeia, alterações na sua capacidade de realizar o voo nupcial ou na postura de ovos podem comprometer o desenvolvimento e a sobrevivência da colmeia. Dessa forma, os objetivos do presente estudo foram avaliar os efeitos de doses subletais dos herbicidas glifosato, 2,4-D e suas associações nas glândulas mandibulares e hipofaringeanas das abelhas na fase de nutrizes, bem como no desenvolvimento populacional, mortalidade e comportamento higiênico de colônias de abelhas, além da morfometria de rainhas recém emergidas de abelhas Apis mellifera L.. Para isso, colônias de abelhas Apis mellifera alojadas em núcleos padrão americano, receberam ou não, por dias consecutivos xarope (água e açúcar na proporção de 1:1) contaminado com as doses subletais de glifosato (5,47 μg/abelha), 2,4-D (2,55 μg/abelha) e suas associações. Para as análises das glândulas hipofaringeanas e mandibulares, abelhas previamente marcadas e com seis dias de vida, foram coletadas de suas colmeias ao final do fornecimento dos tratamentos. Para a coleta de rainhas para análise de comprimento total corporal, peso, comprimento e largura de asas foi feita a orfanização das colônias para criação de realeiras. Embora não tenham sido identificadas alterações no comportamento higiênico, mortalidade e desenvolvimento populacional, foi observado efeito na área e altura das glândulas mandibulares, para os tratamentos, em relação ao controle. Por outro lado, não houve alteração no número de ácinos das glândulas hipofaringeanas, embora observa-se redução das áreas dos ácinos em todos os tratamentos, em relação ao controle. Também não foram identificadas alterações morfométricas, mas foi observado efeito na taxa de rainhas que emergiram das realeiras, sendo a taxa de associação dos herbicidas a mais comprometida. Dessa forma, pode-se concluir que doses subletais de glifosato, 2,4-D e suas associações são capazes de promover alterações no desenvolvimento glandular de abelhas na fase de nutrizes e na capacidade de criação de novas rainhas de abelhas Apis mellifera.