Desenvolvimento de produtos para clareamento dental contendo a enzima horseradish peroxidase como agente catalisador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Duque, Carla Caroline de Oliveira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191490
Resumo: O objetivo geral deste estudo foi avaliar a eficácia clareadora e toxicidade sobre células pulpares humanas (HDPCs) de dois produtos experimentais recomendados para terapia clareadora de consultório. Para isso, dois sistemas clareadores foram desenvolvidos: um gel clareador contendo um espessante catalisador (EP) e um primer polimérico catalisador (PR), indicado para aplicação sobre o esmalte previamente ao uso de agentes clareadores. Em ambos os produtos foi incorporada a enzima horseradish peroxidase (HRP) como agente catalisador do peróxido de hidrogênio (H2O2). Na primeira etapa deste estudo, géis clareadores com 10% e 20% de H2O2 foram preparados a partir de uma solução estoque de 35% de H2O2 combinada com um espessante contendo ou não as concentrações de 0,5, 1,0 e 2,0 mg/mL de HRP (HRP). Estes produtos foram avaliados quanto ao pH, temperatura, estabilidade de reação, formação de radicais-livres (EROs, sonda HORAC) e radicais hidroxila (HO•, sonda H2DCFDA), bem como eficácia clareadora (E). Um protocolo in vitro de pigmentação intrínseca de discos de esmalte/dentina bovinos foi usado para avaliar a citotoxicidade e a difusão trans-amelodentinária H2O2. De modo geral, o pH e a temperatura dos géis mantiveram-se constantes durante todo período de análise, sendo que a adição da enzima HRP ao EP acelerou a catálise do H2O2, estimulando a produção de EROs e HO• (ANOVA/Tukey; p<0,05). Além disso, a presença da HRP no EP aumentou o E do gel e reduziu a difusão trans-amelodentinária de H2O2 residual, minimizando a citotoxicidade desta molécula, a qual foi concentração/dependente (ANOVA/Tukey; p<0,05). Dentre os parâmetros testados, o gel contendo 10% de H2O2+2 mg/mL de HRP foi o que mostrou os melhores resultados. Embora o gel com 20% de H2O2+2mg/mL de HRP tenha apresentado E similar àquela obtida com o gel contendo 35% de H2O2 aplicado por 45 minutos sobre o esmalte (protocolo de consultório), este último foi altamente tóxico para as HDPCs. Por essa razão, o gel com 10% de H2O2 (HRP) foi selecionado para ser avaliado nas etapas subsequentes deste estudo. Com o objetivo de aproximar o E deste produto àquela proporcionada pelo gel de consultório, as concentrações de HRP incorporadas ao espessante do gel com 10% de H2O2. foram aumentadas para 4, 6 e 10 mg/mL. A concentração de 10 mg/mL de HRP resultou em valores de E similares ao protocolo de consultório (Dunnett’s; =5%), desse modo, esta mesma concentração foi selecionada para as etapas seguintes deste estudo, bem como para ser incorporada ao PR. Como o comportamento do PR se equiparou ao do EP, ambos os produtos foram aplicados (1x45, 1x30, 1x10 e 1x5 minutos) sobre discos de esmalte/dentina, cujas espessuras simulavam incisivos inferiores (2,3 mm  0,2) e superiores (3,5 mm  0,2). Apenas o gel com 10% de H2O2 + 10mg/mL de HRP (1x45 minutos) apresentou E similar ao grupo 35% de H2O2 (45 minutos). A aplicação do PR antes do gel com 10% de H2O2 (-HRP) não interferiu na eficácia clareadora para ambas as espessuras de discos usadas (ANOVA/Tukey; p>0,05). Quanto à citotoxicidade, apenas o grupo 35% de H2O2 (clareamento de consultório) reduziu a viabilidade das HDPCs (ANOVA/Tukey; p<0,05). Assim, foi possível concluir que a adição de HRP na composição de um gel com 10% de H2O2 exerceu atividade catalítica sobre o H2O2, evidenciada pelo aumento na formação do radical HO•. Desde que este radical tem intensa ação oxidativa, sua elevada produção potencializou a eficácia clareadora do produto e reduziu a difusão trans-amelodentinária de H2O2 residual, o que minimizou os efeitos tóxicos do procedimento clareador sobre as células pulpares.