Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Souza, Eunice Prudenciano de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/102362
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Resumo: |
O presente estudo parte da narrativa arquetípica de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha e por meio dela estabelece pontos de contato com dois romances brasileiros: O coronel e o lobisomem e Fogo morto. Tem em Dom Quixote o modelo do herói problemático, conforme definido por Lukács em Teoria do romance: um indivíduo em conflito com a sociedade. Dessa maneira, na visada cervantina, o herói deixa de representar o coletivo, como na epopeia, para revelar, no romance, sua solidão em um mundo decadente. Percorrendo algumas invariantes que definem o quixotesco no interior do perfil do herói problemático, estabelece, então, pontos de contato com os heróis da literatura brasileira. O tema do poder, universal, perpassa os dois romances do regionalismo brasileiro, particularizando-os e figurativizando-os nos espaços e nas performances dos protagonistas Ponciano e Vitorino. Os dois, como Dom Quixote, são tocados pela “loucura da vã presunção” - conforme tipologia de Foucault - que corresponde à relação imaginária que cada personagem estabelece consigo mesmo por meio de um delírio de autovalorização, atribuindo-se características irreais ou, pelo menos, que não estão em consonância com a realidade que os cerca. Tomados pela ideia fixa, criam uma espécie de redoma que os impede de traçar os limites da realidade e, a despeito de suas ações infundadas, continuam lutando para a concretização de seus respectivos projetos. Como consequência dessa dissonância entre ser e sociedade, instaura-se um conflito, uma ruptura insuperável. A loucura é a única forma encontrada para esses heróis sobreviverem na sociedade degradada que os cerca e, de alguma forma, cada herói, ao seu modo, afronta à ordem estabelecida. As ações desenvolvidas por eles são dissonantes com a realidade e, por meio de gestos e entoações exageradas, hiperbólicas, culminam em situações tragicômicas... |