As imagens infernais em Os Sertões e Ensaio sobre a Cegueira: uma leitura mitopoética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Moreira, Francisco Ferreira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/102419
Resumo: O presente trabalho desenvolve um estudo comparativo entre Os Sertões de Euclides da Cunha e Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago, analisando as imagens infernais como procedimentos de construção das narrativas. A articulação de tais procedimentos ocorre por conta de uma Crítica histórica associada a Crítica arquetípica como instrumentos teóricos de análise desenvolvidos por Northrop Frye. A análise se fundamenta no aspecto estrutural das obras com vistas a compreender como as imagens infernais se organizam no processo narrativo para construir um universo paradoxal ao mundo convencionalmente desejável ou ideal. Nesse sentido as análises demonstram que, embora o lugar de reflexão da civilização ocidental tenha sido teológico durante muito tempo, sempre colocando a existência do inferno em oposição ao paraíso, a evolução intelectual dos povos deslocou esse universo mítico-religioso, para o mundo estético, trazendo a expressão dos desejos humanos sob a forma de arte. De acordo com essa perspectiva verificou-se que as narrativas que compõe o corpus, não obstante à distância espacio-temporal entre elas e as particularidades estilísticas de cada autor, se edificam a a partir do mesmo universo simbólico, recebendo um tratamento literário e não religioso, mas não se desviam da semântica construtiva do modelo judaico-cristão.