Avaliação hematológica e metabólica de Phrynops geoffroanus (Testudines: Chelidae) submetidos à hipóxia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Camila Zucchini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153152
Resumo: A espécie Phrynops geoffroanus (Testudines: Chelidae), como outras espécies de quelônios dulcícolas, é considerada hipóxia-tolerante. Esses animais possuem diversos mecanismos que permitem tolerância a ambiente com pouca ou nenhuma oxigenação. O objetivo deste estudo consistiu em avaliar alterações na série vermelha e nas concentrações de intermediários energéticos em tecidos sanguíneo, hepático e muscular esquelético e cardíaco em hipóxia induzida. Os espécimes coletados em São José do Rio Preto-SP foram divididos em dois grupos: Normóxia, em que os animais tiveram acesso livre à superfície para respirarem e Hipóxia, no qual uma tela foi colocada abaixo do nível da água impedindo acesso dos indivíduos à superfície para respirarem, durante cinco horas. Houve diferença (p<0,05) entre os grupos, no qual os valores de hematócrito, concentração de hemoglobina, VGM e HGM aumentaram em Hipóxia, o hematócrito possivelmente aumenta como consequência da desidratação ou aumento do VGM, a hemoglobina aumenta a fim de tornar o transporte de oxigênio mais efetivo aos tecidos, o VGM e HGM salientam a adaptação do animal por meio do aumento do volume celular e aumento de hemoglobina no eritrócito. Em relação ao metabolismo, houve diferença nas concentrações de glicose e lactato nos três tecidos, glicogênio muscular e aminoácidos plasmáticos, sendo as maiores concentrações na condição de hipóxia. A hipóxia reflete diretamente na baixa taxa de glicogênio e alta taxa de glicose na musculatura, realizando assim, glicogenólise, também é constatada altas concentrações de lactato, no qual devido à ausência do oxigênio, faz com que as células musculares realizem fermentação láctica para produção de ATP. Com o intuito de diminuir a acidose lática, o alto teor de lactato é lançado no sangue, e este é direcionado às células hepáticas, sendo convertida em glicose pela gliconeogênese, lançada na corrente sanguínea para ser disponibilizada aos tecidos, constituindo o Ciclo de Cori. A alta concentração de aminoácidos plasmática pode ocorrer por hidrólise proteica, sendo utilizados como substrato de gliconeogênese ou lesão tecidual. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a espécie possui manutenção de reservas de combustíveis fermentáveis no organismo, para que seja possível realizar metabolismo anaeróbico e gliconeogênese, em privação de oxigênio.