Análise da Casa do Caminho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Machado, Rita de Cássia Soares [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/97667
Resumo: Esta pesquisa olha para a infância como um sujeito em suas múltiplas imagens e representações constituídas em diferentes épocas. E, da mesma forma, analisa a história do nascimento das instituições assistenciais, as práticas, saberes e poderes que as constituem. Este enfoque, remete ao fato de que o surgimento das instituições de assistência às crianças e jovens abandonados caminha simultaneamente com as inúmeras medidas de cuidados e preservação da infância. Tal embasamento teórico norteou toda esta pesquisa, ao ponto em que o olhar sobre o abandono infantil e suas formas de atendimento, perpassou os séculos passados e foi deslocando-se até o contexto atual. Tudo isso aconteceu com o intuito de se resgatar a pluralidade de sentidos que inscreveram a história da Casa do Caminho, instituição de atendimento infantil, objeto deste estudo, situada em Londrina no estado do Paraná. Os resultados mostraram que a Casa já é um efeito das práticas disciplinares da Sociedade Moderna, Sociedade esta, que, através da sua política de desigualdades, facilita os processos de exclusão, ao mesmo tempo em que cria espaços de atendimento aos considerados errantes. Sendo assim, as crianças e jovens excluídos pelo sistema, são objetos do poder institucional que faz uso dos seguintes mecanismos disciplinares para controle de seus corpos: a organização do tempo, do espaço, a observação de cada gesto, palavra, ou, olhar. Esses sujeitos são aqueles sobre os quais o poder assistencial está autorizado a se exercer, com o objetivo de torná-los disciplinados e produtivos. Deste modo, a Casa do Caminho, é, enquanto instituição, objeto e sujeito das relações que estabeleceu em seu projeto histórico. Concomitantemente, as crianças e jovens que ali vivem, foram constituídos no desdobramento das tramas históricas que lhes deram identidade.