Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Braz, Aline Márcia Marques [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/138266
|
Resumo: |
Vírus da Hepatite C (VHC) é uma das principais causas de doença inflamatória crônica do fígado, com progressão variável para a fibrose e cirrose hepática. Cerca de 30 a 40% dos pacientes com hepatite C crônica tem manifestações extra-hepáticas, sendo uma variedade destas descritas como associadas ao VHC. Quando a produção da medula é incapaz de manter as necessidades do organismo, em reação secundária a doença mieloproliferativa (policitemia vera, leucemia granulocítica crônica), ou até mesmo de origem idiopática, pode ocorrer hematopoese extramedular (HEM), presente mais comumente no fígado, baço e gânglios linfáticos, os quais passam a exercer função hematopoiética. Com o objetivo de avaliar a existência de hematopoese extramedular hepática em pacientes com hepatite C crônica e sua influência na gênese da fibrose hepática, foram avaliados 69 pacientes VHC positivos, os quais foram submetidos à biópsia hepática percutânea, e estratificados em grupos conforme a classificação METAVIR, conforme descrição abaixo: G1 – n = 19: pacientes no estágio F1 (fibrose portal sem septos); G2 – n = 16: pacientes no estágio F2 (septos poucos); G3 – n = 17: pacientes em estágio F3 (septos numerosos sem cirrose); G4 – n = 17: pacientes em estágio F4 (cirrose); G5 - n = 15: indivíduos saudáveis (grupo controle). Foram realizadas quantificações plasmáticas de quimiocinas (CXCL8, CCL5, CXCL9, CCL2 e CXCL10) e fatores de crescimento (TGF-beta, VEGF, FGF, PDGF) e investigada a presença de HEM em cortes histológicos hepáticos por imunohistoquímica com uso dos marcadores CD61/CD34/FatorVIII. Nossos resultados conduzem para o fato que o VHC pode induzir HEM hepática, de aspecto imaturo, localizada no infiltrado inflamatório peri-portal, demonstrada pelas células de fenótipo CD61+/CD34+/FatorVIII+. Dentre as quimiocinas envolvidas no processo da fibrogênese, observaram-se aumento de todas as concentrações plasmáticas destas proteínas solúveis nos pacientes VHC quando comparado ao grupo controle, sendo de maior relevância as associações positivas observadas entre o grau de fibrose hepática e os níveis de CXCL8 e CXCL10, no entanto, esta última apresenta-se diminuída após o estabelecimento da cirrose (G4). Quanto aos fatores de crescimento circulantes, observou-se associação negativa entre o grau de fibrose e os níveis de PDGF, não sendo observada relação entre os demais fatores de crescimento e os grupos de estudo. Ao fazer estudo comparativo dos pacientes mediante presença ou ausência de HEM hepática, observou-se expressiva redução dos níveis de PDGF nos pacientes com HEM. Esses dados corroboram com nossa hipótese indicando que possa estar ocorrendo acúmulo intra-hepático de plaquetas, e consequentemente de seus produtos. Os indícios da existência da HEM hepática são de suma importância para a maior compreensão dos mecanismos de ação do VHC, os quais são ainda pouco compreendidos, podendo este fenômeno estar contribuindo para a evolução da fibrose hepática nesses pacientes. |