Vitória distraída: roteiro da super-superação do niilismo em Paulo Leminski

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira Neto, Francisco Xavier de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251274
Resumo: Este trabalho objetiva recompor elementos que constroem o sentido de poemas do livro Distraído Venceremos (1991) e do conto Descartes com Lentes, do poeta curitibano Paulo Leminski. A escolha dos textos se promoveu após se considerar a leitura da coleção de textos críticos compilados em Ensaios e Anseios Crípticos (Lemisnki, 2011), uma vez que, nesses ensaios, Leminski (2011) se mostra disposto a discorrer sobre a poesia como também o ato de criar poesia. Este trabalho se detém em investigar metapoemas, isto é, poemas que têm como proposta pensar “o fazer poético”. Não somente isso, os poemas em questão têm como fundo os conceitos filosóficos de “eterno retorno”, ou seja, a repetição do movimento, tornar a encontrar-se com o “devir”. Por devir entende-se por vir a ser, o constante encontro com a mudança, como uma síntese do que há de vir em resultado do tempo e de sua extensão e o devir a afirmar o ser síntese do devir em uma dupla afirmação. A afirmação do devir comunga no “amor fati”, isto é, amor aos fatos sem mascará-los ou falseá-los e, em consequência disso, afirmação da vontade. Como apresentado, as problemáticas a respeito do “eterno retorno”, “devir” e “amor fati”, aos moldes que se entendem hodiernamente, surgira no fim do século XIX com o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Posteriormente, os conceitos de “amor fati”, “eterno retorno” e “devir” foram retomados por Gilles Deleuze (1990) e aperfeiçoados no Brasil, posteriormente, por Viviane Mosé (2018), portanto esses pensadores serão a base filosófica deste trabalho. Deleuze (1991) advoga que o signo linguístico “absorve todo conteúdo enquanto consciência e aparição”. Além disso, para Deleuze (1991) há uma relação cognitiva que se estabelece entre o signo linguístico e a imagem. A guiar para os estudos literários e da poesia, considera-se Octávio Paz (1999) em seu estudo sobre a imagem e a poesia, dado que, para Paz (1999), o poeta cria imagens que têm sentidos em níveis diversos, são eles: para o primeiro nível está a autenticidade do poeta que “viu e ouviu”, desse modo é expressão da visão e da experiência de mundo do poeta em questão, posto que essa seja uma verdade psicológica; como segundo nível essas imagens constituem “uma verdade objetiva válida por si mesma.” Haja vista que o texto literário pertence ao grupo de textos figurativos, isto é, textos que têm como princípio a criação de um mundo imagético de ordem psicológica, no processo de análise dos textos deste trabalho utilizou-se a Semiótica Discursiva greimasiana. Para tanto, os conceitos de percurso gerativo do sentido, o processo de figurativização e as questões do observador ligadas a Bertrand (2003). Em suma, verifica-se os percursos temáticos das obras supracitadas de Paulo Leminski que apontam para os temas que convergem na superação do niilismo contemporâneo, por isso este trabalho descreve os procedimentos semióticos de criação de sentido utilizados pelo autor.