Ensino e aprendizagem de conteúdos curriculares de matemática no ensino fundamental: análise de repertórios profissionais de ensino no âmbito do Saresp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Andrade, Juliana Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157338
Resumo: A implantação do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP, desde 1996, deveria cumprir a função de produzir diagnósticos da situação da escolaridade básica paulista, visando orientar os gestores do ensino no monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da qualidade educacional. Porém, a literatura salienta restrições nos impactos dos resultados dos sistemas de avaliação em larga escala, na atuação profissional do professor. Admite-se que a efetivação de funções diagnósticas do SARESP depende de investigações que ampliem a compreensão dos docentes da Educação Básica acerca de dimensões adotadas por esta política pública de avaliação externa, sendo tal compreensão componente essencial do repertório profissional de tais docentes. A presente pesquisa investigou fatores que poderiam influenciar nas correspondências que os professores devem estabelecer entre, de um lado, possíveis aprendizagens dos seus alunos em interação com as condições didáticas dispostas pelo próprio professor e, de outro lado, as aprendizagens preconizadas em documentos oficiais do SARESP sob a designação de habilidades ou descritores. Participaram da pesquisa uma professora do 7º e outra do 9º anos do Ensino Fundamental, responsáveis pelo componente curricular de Matemática, de uma escola da rede pública do Estado de São Paulo localizada no interior do estado. O procedimento consistiu em sete fases. Na Fase 1, ocorreu a caracterização dos planejamentos adotados pelas professoras para o ano letivo em curso quanto às Situações de Aprendizagem (SA) previstas. Na Fase 2, as participantes realizaram a descrição de uma SA já ministrada, priorizando o relato das aprendizagens previstas, as práticas e estratégias de ensino e de avaliação adotadas e as medidas de aprendizagem obtidas. Diante disso as professoras realizaram o cotejamento de tais aprendizagens com descritores previstos em documentos oficiais. Diante da transcrição dos relatos de suas ações, as professoras selecionaram uma aprendizagem e realizaram uma atividade de decomposição e de análises de lacunas assinaladas nos dados expressos na descrição da SA que foi desenvolvida. Na Fase 3 foram replicados os procedimentos da Fase 2, considerando uma SA não ministrada. Na Fase 4, o conjunto de aulas planejados na Fase 3 foram filmados e editados pela pesquisadora em episódios que priorizaram situações de interação de cada professora com os respectivos alunos. Na Fase 5, diante de cada episódio, cada professora deveria identificar: (a) se ocorreram as aprendizagens previstas; (b) quais seriam as evidências (medidas) de tais aprendizagens; e (c) quais foram os aspectos (pontos) críticos para a ocorrência das mesmas. Diante da transcrição dos relatos da professora e da descrição dos episódios, elaborada pela pesquisadora, relacionando ações do professor que antecederam respostas dos alunos, as respostas emitidas pelos alunos e ações subsequentes do professor a tais respostas, a professora estimou a correspondência entre as aprendizagens previstas nos documentos oficiais e as aprendizagens evidenciadas. Após isso as participantes indicaram outra SA ainda não ministrada para ser objeto de descrição do planejamento previstos na Fase 3. As Fases 6 e 7 consistiram na replicação das Fases 4 e 6 respectivamente para a nova SA. Considera-se que as condições metodológicas de interação adotadas nesta pesquisa possam ter favorecido o desenvolvimento de repertórios profissionais da docência definidos pela análise do alcance das práticas de ensino e de avaliação de aprendizagens adotadas cotidianamente pelas professoras participantes no trabalho. Contudo foi constatada a manutenção de expressivas diferenças entre a terminologia adotada nos documentos oficiais e a terminologia adotada nos relatos das professoras para a designação de habilidades e de medidas de aprendizagem, bem como restrições nos relatos das condições expressas no planejamento e nas descrições das ações dos alunos diante das condições de ensino oferecidas.