Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Miranda, Marcela |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/193495
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Resumo: |
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antifúngica de extratos alcoólicos de gengibre e de óleos essenciais, contra fitopatógenos pós-colheita, de forma isolada ou associada à nanoemulsão de cera de carnaúba na conservação da qualidade e redução da deterioração natural ou induzida em tangerinas e mamões. Formulações com nanoemulsão de cera de carnaúba e suas associações com hidroxipropil metilcelulose (HPMC), como agente adjuvante na formação de filme, e com a incorporação de óleo essencial de gengibre (GEO), foram aplicadas como revestimento protetor e avaliadas sob diversas condições de armazenamento. Metodologia: Extratos alcoólicos (GEs) e óleos essenciais (GEOs) foram extraídos de rizomas de gengibre. A atividade antifúngica desses compostos foi avaliada contra P. digitatum, P. expansum, F. solani e A. alternata in condições in vitro. Dois experimentos foram realizados com tangerinas (‘Nova’ mandarins). Estas frutas foram revestidas com microemulsões de goma laca (shellac) e cera carnaúba, e também com formulações nanoparticuladas (nanoemulsões) e comparadas com frutos não revestidos após 7 dias de armazenamento a 20 °C. Os revestimentos também foram testados em tangerinas 'Unique' armazenadas por 14 dias a 10 °C, seguido por um período de simulação de comercialização (7 dias a 20 ºC). A avaliação da qualidade dos frutos incluiu perda de peso, brilho, sólidos solúveis, acidez titulável, pH, ratio, CO2 e O2 interno, etanol, teste sensorial e de brilho após 7 dias a 20 °C. Para ensaios pós-colheita com mamões, as formulações filmogênicas foram preparadas nas concentrações de 9% e 18% de nanoemulsão de cera de carnaúba. HPMC foi usado como revestimento controle inerte, a GEO (a 3% v/v), testado como composto ativo contra infestações por fungos. Os frutos foram armazenados e avaliados em dois experimentos separados. O primeiro, realizado após 6 dias a 22 °C e 9 dias a 13 °C, seguidos por 5 dias à temperatura ambiente para simular as condições de comercialização. No segundo ensaio, mamões foram armazenados por 5 dias a 22 °C e 10 dias a 16 °C antes da condição de comercialização simulada, que foi de 3 dias a 22 °C. Análises pós-colheita e ação protetora na redução da severidade de doenças naturais e disseminação de fungos em amostras inoculadas com C. gloeosporioides e análise sensorial foram conduzidas. Resultados: Os GEOs apresentaram uma maior efetividade que os GEs e em concentrações inibitórias mínimas (MIC), menores para os óleos que as medidas para os extratos alcoólicos. Os GEs não apresentaram ação fungicida contra os fungos avaliados (MCF) na maior concentração testada (6%) em meio líquido. Na condição in vitro, os GEOs apresentaram uma melhor atividade antifúngica que os GEs, sendo mais apropriado para incorporação em revestimentos no controle de doenças pós-colheita. GEOs nos ensaios em in vitro apresentaram uma melhor atividade que os testes conduzidos em in vivo. O fungo P. digitatum apresentou maior sensibilidade aos compostos de gengibre (com menor concentração inibitória mínima), seguido por A. alternata, F. solani e P. expansum (para os quais foram necessários maiores concentração das amostras para que ocorra a inibição do crescimento micelial). Para tangerinas, revestimentos com microemulsão e nanoemulsão de cera de carnaúba resultaram na menor perda de peso em comparação ao controle e shellac. Não houve diferenças nas medidas de brilho para a 'Nova', no entanto, os frutos revestidos com shellac tiveram a maior classificação de brilho no teste visual. Todavia, para ‘Unique’, inicialmente, a cobertura de shellac resultou no maior brilho, entretanto no final do armazenamento, a nanoemulsão reteve o maior brilho comparativamente, embora não diferente da microemulsão. Os teores de CO2 e etanol aumentaram e de O2 diminuiu internamente durante o armazenamento para todos os tratamentos. Os maiores níveis de CO2 e etanol foram verificados para shellac juntamente com menor O2, indicando fermentação, sem diferenças entre os demais tratamentos. Shellac e a microemulsão também alteraram o perfil dos compostos voláteis, porém mais que os frutos do controle ou a nanoemulsão, especialmente para ‘Unique’. Em relação aos ensaios com mamões, todos os revestimentos forneceram alguma proteção, com variações nos efeitos decorrentes das condições de armazenamento e das composições das formulações. Sob armazenamento refrigerado, a maioria das análises não resultou em diferenças significativas entre as amostras. Sob temperatura ambiente e após condições simuladas de mercado, as diferenças tornam-se mais evidentes. As coberturas com nanoemulsão foram capazes de manter melhor a qualidade do mamão sobre as condições de armazenamento e mercado. Foram registradas maiores reduções na perda de firmeza, alterações de cor e taxa de respiração, atuando positivamente no atraso da maturação. Não foram relatadas alterações nos atributos como doçura, acidez, papaya flavour ou presença de sabores estranhos relacionados à fermentação interna, devido à cobertura, nos testes sensoriais. O GEO apresentou efeito na redução de doenças na superfície do mamão, principalmente quando associado à carnaúba, embora nenhuma ação tenha sido observada na inibição do crescimento de C. gloeosporioides após a inoculação. Conclusão: Os GEOs mostraram ser os agentes mais indicados para serem empregados no controle pós-colheita de fungos, por exibirem uma maior atividade antifúngica que as encontradas nos extratos alcoólicos. A combinação de nanoemulsão e GEO em revestimentos foram mais eficazes nos experimentos in vitro do que in vivo. Para os ensaios de tangerinas, as emulsões de carnaúba resultaram em uma menor perda de água, conferiram brilho e causaram menor produção de etanol do que o shellac com a nanoemulsão exibindo maior brilho após refrigeração. Menores também foram as modificações da atmosfera interna e do perfil de voláteis e, consequentemente, preservou o sabor comparado a microemulsão. As coberturas com nanoemulsões de cera de carnaúba foram mais adequadas na proteção e na manutenção da qualidade dos mamões em condições de armazenamento e de mercado. A incorporação de GEO nos revestimentos promoveu a redução de doenças nos mamões, principalmente quando combinado com a nanoemulsão de cera de carnaúba. |