Literatura infanto-juvenil em sala de aula e perspectivas de empoderamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pataro, Neiva Zacarias Portes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192072
Resumo: Esta pesquisa qualitativa, realizada entre os anos de 2018 e 2019, é um recorte da própria prática docente em busca por aprimorá-la. Baseada na concepção de que os textos literários são bens culturais e, como tais, possibilitam o enriquecimento do sujeito em sua construção humana e social, uma vez que oferecem instrumentos para a compreensão da realidade, pretendeu-se estudar estratégias de leitura adequadas para trabalhá-los em salas de aula de alunos dos sextos e sétimos anos do ensino público do estado de São Paulo. O interesse desse estudo partiu da observação atenta e preocupada, durante 15 anos de docência, dos rumos que o ensino da leitura literária e suas formas de escolarização vêm tomando, a partir dos materiais didáticos que orientam a proposta curricular paulista. A trajetória aqui apresentada objetivou responder à seguinte pergunta norteadora: como é possível oferecer o trabalho com a leitura de textos literários no Ensino Fundamental II, de maneira a contribuir na formação dos alunos enquanto sujeitos leitores, promovendo seu empoderamento? Para tanto, inicialmente, foi problematizada a presença da leitura literária no material que concretiza o currículo paulista, implementado em meados de 2008 e vigente até 2019. Para tratar da formação do leitor contemporâneo, serviram como orientação as ideias de Teresa Colomer e Anne-Marie Chartier. Na defesa do literário, esse estudo foi fundamentado em autores que versam sobre literatura, suas práticas e seu ensino, como Antonio Candido, Annie Rouxel e Regina Zilberman. Em busca de uma prática que abandonasse imposições capazes de distanciar o aluno da leitura da literatura, a pesquisa, primeiramente, permite a escolha dos textos literários pelos alunos, acreditando na possibilidade de obter importantes evidências sobre seus comportamentos leitores. Foi observada a preferência daqueles que formam o corpus dessa pesquisa por obras que compõem a cultura de massa, que atendem os seus horizontes de expectativas e pouco emancipatórias. Houve, no momento seguinte, a necessidade da mediação docente para que entrassem em contato com textos que oportunizassem reflexões e expandissem seus repertórios leitores ao apresentarem possibilidades de ruptura com suas expectativas sobre o que havia sido lido. Como direcionamento, buscou-se suporte na estética da recepção, estruturada por Hans Robert Jauss, e sistematizada por Bordini e Aguiar (1988) em seu livro Literatura. A formação do leitor- alternativas metodológicas, para a leitura de três contos brasileiros contemporâneos: A moça tecelã, de Marina Colasanti; Fita Verde no cabelo- nova velha história, de Guimarães Rosa; e A troca e a tarefa, de Lygia Bojunga. Apesar das diferentes linhas teórico-metodológicas que defendem a escolarização da literatura, a escolha pelo método recepcional se justifica pela preocupação em evidenciar o papel do leitor na construção de sentidos ao entrar em contato com a experiência literária. Os resultados apresentados foram satisfatórios, uma vez que concretizaram a interação entre alunos e os textos literários sugeridos durante todo o percurso da pesquisa, além de exprimirem o desejo por novas leituras.