Aspectos microbiológicos e ambientais de candidemias em hospital terciário (HC/FMB/UNESP/Botucatu) localizado na região centro-sul do estado de São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Giacobino, Juliana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153342
Resumo: Infecções fúngicas causadas por leveduras constituem um dos maiores problemas em pacientes hospitalizados em todo o mundo e têm se tornado uma importante causa de morbidade e mortalidade. Embora Candida albicans seja a espécie mais frequentemente isolada e sua forma de infecção ocorra geralmente por translocação endógena, tem-se observado um aumento das espécies não-albicans, com destaque para o complexo C. parapsilosis, cuja principal forma de infecção é exógena, provavelmente pelas mãos dos profissionais de saúde. Este trabalho propôs estudar os aspectos microbiológicos e ambientais das candidemias, com especial atenção para o complexo Candida parapsilosis, no hospital terciário HC/FMB/UNESP, Botucatu, utilizando-se de métodos moleculares, busca ativa dos agentes no ambiente hospitalar (ar, superfícies e mãos de profissionais de saúde), bem como determinar os fatores de virulência e susceptibilidade aos antifúngicos destas espécies e associação com o desfecho clínico. Os isolados clínicos (obtidos de hemoculturas, período 2007-2015) e ambientais (período 2014-2015) de C. parapsilosis sensu lato foram identificados pelo meio CHROMagar Candida, Vitek-2, sequenciamento do rDNA e perfis dos inteins VMA e ThrRS. Fatores de virulência (produção de proteinase, fosfolipase e biofilme) e perfis de susceptibilidade aos antifúngicos anfotericina B, fluconazol, voriconazol, caspofungina e micafungina foram estimados, e dados clínicos obtidos junto aos prontuários dos pacientes. Dentre os isolados clínicos (n=45), C. parapsilosis sensu stricto (s.s.) representou 84%, C. orthopsilosis 16% e ausência de C. metapsilosis. Os perfis de inteins confirmaram o padrão híbrido incomum da espécie C. orthopsilosis. Dentre os ambientais (n=14), todos pertenceram à C. parapsilosis s.s. A produção de proteinase foi positiva ou fortemente positiva em 55% dos isolados clínicos de C. parapsilosis s.s., e negativa nos isolados de C. orthopsilosis. Todos os isolados ambientais de C. parapsilosis s.s. foram produtores de proteinase (64% fortemente positivos). A produção de fosfolipase foi positiva para apenas um isolado ambiental de C. parapsilosis s.s. A produção de biofilme foi significativamente maior em C. orthopsilosis. Todos os isolados clínicos de C. parapsilosis s.s. foram sensíveis à anfotericina B e voriconazol, cinco foram sensíveis dose-dependentes e dois resistentes ao fluconazol, três foram simultaneamente sensíveis dose-dependentes à caspofungina e micafungina. Os isolados de C. orthopsilosis foram sensíveis a todos os antifúngicos. A mortalidade foi alta (51%) e as mortes ocorreram principalmente em recém-nascidos e idosos. A melhor compreensão das leveduras do complexo C. parapsilosis terá impactos positivos no tratamento e prevenção de novas infecções.