"O novo rumo para a música popular": a Vanguarda Paulista Instrumental entre as permanências e rupturas do jazz no Brasil (1920 – 1980)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/251623 http://lattes.cnpq.br/6382110096424918 https://orcid.org/0000-0002-0778-8895 |
Resumo: | A Vanguarda Paulista Instrumental (VPI) desponta como objeto de estudo capaz de fornecer indícios sobre as transformações ocorridas no desenvolvimento do jazz no Brasil, durante o final dos anos 1970 e início dos 1980. Formada pelas bandas Metalurgia, Pé Ante Pé, Divina Increnca, Pau Brasil e Grupo Um, a VPI incorporou novas concepções ao universo da música popular, baseando suas propostas no experimentalismo das diásporas jazzísticas daquele período (principalmente o fusion jazz) em atrito constante com uma forte intenção de brasilidade. Essa relação ambígua é o cerne das sonoridades e das retóricas em torno da VPI, constituindo o primeiro eixo da tese. Além dessas questões, relativas às décadas de 1970 e 1980, a VPI também explicita um problema recorrente na relação entre jazz e música popular no Brasil: a presença de um conteúdo nacionalista, gestado no início do longo modernismo brasileiro (1920 – 1980), que impôs barreiras ao desenvolvimento artístico e à aceitação simbólica do jazz como parte da cultura musical brasileira. Desse modo, esta tese se propôs a estudar não somente a VPI, mas analisar, também, o engendramento dessa problemática (intenção de brasilidade vs ímpeto experimental diaspórico relacionado ao jazz) na formação da cultura musical brasileira durante o longo modernismo. Durante o período de atividade da VPI, inserido na ditadura militar (1964 – 1985), essa questão condutora foi remodelada com o autoritarismo do regime: tratando-se do terceiro eixo fundamental da pesquisa. Logo após o Ato Institucional 5 (AI-5), houve um período de grandes dificuldades para os instrumentistas. De 1976 em diante, a VPI e o jazz brasileiro viabilizaram formas alternativas de se inserir no mercado fonográfico, a partir das soluções encontradas somente via produção musical independente. Tratando de temas ainda pouco explorados pela historiografia (música instrumental, jazz, ditadura militar, produção independente, entre outros), a presente tese realiza um balanço histórico e bibliográfico sobre a presença do jazz na cultura musical brasileira, a partir da complexa relação entre a intenção de brasilidade e o ímpeto transnacional, manifestada na trajetória da Vanguarda Paulista Instrumental (1975 – 1986) e no longo modernismo nacional (1920 – 1980). Para tanto, recorreu-se a uma organização específica das temporalidades – de acordo com os objetivos, problemas e o recorte proposto – e a um corpus documental formado principalmente por: periódicos impressos, entrevistas e discografia selecionada, além de uma extensa pesquisa bibliográfica. Ao longo dessa investigação foi possível perceber como a VPI e o jazz no Brasil foram formados não somente pelos problemas em torno da brasilidade, como também ficaram circunscritos e subdimensionados, na memória e na historiografia, pela consolidação da MPB e da canção durante o período ditatorial. |