A Oposição à ditadura militar em canções da MPB: uma análise da interação entre letra e música

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sobreira, José Alfredo Silva Melo lattes
Orientador(a): Pereira, Rogério Silva lattes
Banca de defesa: Santos, Rosana Cristina Zanelatto lattes, Bungart Neto, Paulo lattes, Oliveira, Paulo Custódio de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1406
Resumo: A ditadura militar, que vigorou no Brasil a partir de 1964, fez, em 2014, seu 50º aniversário. Recordar o passado ditatorial sem o parecer das manifestações artísticas, sobretudo, da canção popular, deixaria a memória e a história desses duros anos à beira da incompletude, afinal, a MPB, juntamente com as demais artes, desempenhou papel fundamental de oposição ao regime militar e à censura que lhe foi inerente. As manifestações artísticas se estabeleceram como inimigos da ditadura/censura que, com os anos, ascendeu sobremaneira a ponto de cercear as vozes do teatro, do cinema, do jornalismo, da literatura e, principalmente, da música popular, especialmente a partir de 1968, com a outorga do ato institucional nº 5 (AI5). Baseado nesse contexto, o objetivo desta pesquisa é verificar em que medida a oposição à ditadura militar é representada por meio das dimensões poéticas e musicais de três canções da MPB, a saber: “Apesar de você” (1973), de Chico Buarque; “Pra não dizer que não falei das flores” (1968), de Geraldo Vandré; “Cálice” (1978), de Gilberto Gil e Chico Buarque. A nossa hipótese é a de que há nessas canções uma espécie de ação complementar entre letra e música e que esta última, assim como a letra, pode/deve ser analisada/interpretada, tendo em vista que ambas agem complementarmente na construção de sentido (FINNEGAN, 2008; PERRONE, 1988). A análise, portanto, partirá da relação entre letra e música, tentando, sempre que possível, não separá-las, a fim de que o estudo do referido objeto seja realizado na forma dentro da qual foi concebido, isto é, “cantado/tocado”. Esperamos, deste modo, contribuir para o avanço nas pesquisas que promovem a inter-relação entre arte literária e arte musical, com vistas a reforçar não só as afinidades entre poema e música, mas sobretudo a existência de uma ação complementar entre letra e música na construção do sentido. Esperamos contribuir, ainda, para reflexões acerca do significado da ditadura militar durante os anos que vigorou no país.