Genotipagem do Paracoccidioides brasiliensis de diferentes amostras de pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Luciana Bonome Zeminian de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153677
Resumo: A paracoccidioidomicose é uma micose granulomatosa sistêmica, prevalente na América Latina, e que até recentemente acreditava-se ser causada apenas por uma espécie de fungo, o Paracoccidioides brasiliensis (P. brasiliensis). No entanto, em 2006, pesquisadores descreveram três espécies crípticas: S1, PS2, PS3 e, posteriormente o PS4. Em 2009, o Paracoccidioides lutzii (Pb01-like) foi descrito, e ano passado, em 2017, uma nova nomenclatura foi proposta para esses agentes etiológicos distintos: P. brasiliensis (S1), P. Americana (PS2), P. restrepiensis (PS3) e P. venezuelensis (PS4). Todos esses agentes são fungos termodimórficos que crescem como levedura in vivo, no hospedeiro, em tecidos ou em culturas in vitro a 37°C e como micélio à temperatura ambiente (4 a 28°C). As espécies não são uniformemente distribuídas pela América Latina, sendo algumas mais proeminentes em algumas regiões do que em outras. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu é polo de estudo da paracoccidioidomicose e situado na região centro-oeste do estado de São Paulo, considerada uma área endêmica. Devido à existência de espécies crípticas de Paracoccidioides, análises mais detalhadas nas amostras de pacientes tornaram-se necessárias para uma melhor compreensão de distribuição e ocorrência das espécies recentemente descritas nessa região, favorecendo uma possível correlação entre os grupos genéticos e características micológicas e clínicas. Os objetivos foram obtenção de dados epidemiológicos, geográficos e clínicos dos pacientes diagnosticados e tratados em um período de 10 anos, de 2004 até 2014 em Botucatu, a partir da análise dos prontuários médicos e genotipagem as espécies clínicas presentes nas amostras desses pacientes que foram aqui diagnosticados. Para a genotipagem, usamos técnicas de extração de DNA, PCR e sequenciamento de três genes alvo (ITS, CHS2 e ARF). Identificamos que em Botucatu a forma clínica prevalente foi a forma crônica (77,4%), mais comumente apresentada por indivíduos do sexo masculino acima dos 40 anos de idade, fumantes e etilistas. Identificamos que a maior parte dos pacientes, tanto da forma aguda, bem como da forma crônica, eram indivíduos auto declarados brancos. Em relação à genotipagem das espécies presentes nessas amostras, conseguimos identificar 44 amostras positivas. As sequências dos genes alvo foram avaliadas no GenBank para certificação da presença de Paracoccidioides. As árvores filogenéticas foram construídas usando as sequências de genes ITS, ARF e CHS2 e mostraram que 100% de nossas amostras positivas pertenciam à espécie críptica S1. Esse é um dado importante, demonstrando a possível ausência de outras espécies em nossa região. Além disso, a observação de que indivíduos brancos são mais acometidos pela doença abre novas perspectivas de estudos sobre uma possível resistência de indivíduos pardos e negros contra o fungo.