Estudo geofísico em uma área na zona de recarga do sistema aquífero Guarani

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Mariana Vieira Galvão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214597
Resumo: O problema da crise hídrica é uma preocupação até em países com grandes quantidades de água doce, como o Brasil. No Estado de São Paulo, após o longo período de estiagem nos anos de 2014 a 2015, a problemática acerca das crises hídricas passou a ser foco de diversos estudo. Alguns destes estudos propõem o uso de águas subterrâneas para evitar crises hídricas, todavia muitos destes não compreendem ou ignoram os processos hidrológicos de recarga e descarga dos aquíferos. Há uma grande defasagem cientifica acerca dos processos hidrológicos dos aquíferos, e esse déficit dificulta o planejamento de uso sustentável dos reservatórios. Entender os processos de recarga e descarga é fundamental para prevenir problemas relacionados a aquíferos e compreender melhor as relações de trocas entre os reservatórios superficiais e subterrâneos. Estudos geofísicos são usados para estudar esses processos hidrológicos, entretanto existe pouca bibliografia acerca do uso do método da Eletrorrestividade neste tipo de estudo. O presente trabalho delimitou uma área próxima da escarpa do front da Cuesta Basáltica no município de Ipeúna (SP), para estudar os processos de recarga e descarga por meio do método da Eletrorrestividade e de um levantamento estratigráfico. A área escolhida está em uma área de afloramento do Sistema Aquífero Guarani (SAG), local conhecido por ser importante na recarga desse aquífero transfronteiriço. O levantamento estratigráfico foi feito por meio de um caminhamento pela estrada de acesso à área de estudo. No levantamento geofísico foi necessário realizar 10 linhas pararelas de tomografia elétrica em arranjo Schlumberger. Os valores de resistividade medidos variaram entre 5000 Ω.m e 20 Ω.m. Os dados coletados em campos foram processados e representados em modelos logarítmicos bidimensionais e tridimensionais. Com a correlação entre a estratigrafia e os modelos 2D foi possível localizar onde estavam localizados os aquíferos porosos e fraturados, assim como relacionar os valores de resistividade com as rochas presentes na área, que são: Basaltos, Arenitos e Arenitos silicificados. O aquífero poroso funciona como um grande reservatório, a água é armazenada nele antes de fluir para o aquífero fraturado abaixo. O 3D permitiu uma melhor visualização da presença de água no arcabouço geológico, e a visualização dos valores de resistividade nas cotas. O modelo de bloco 3D possibilitou visualizar a água dentro de uma grande lente arenítica que flui em direção ao front da Cuesta, e não para o reverso como era esperado. A análise conjunta entre a geofísica e estratigrafia permitiu compreender sobre o arcabouço geológico, a relação do mesmo com o fluxo de água subterrânea e os processos hidrológicos. O trabalho também diminui a lacuna de estudos geofísicos no SAG e de uso de Eletrorrestividade para compreender os processos hidrológicos dos aquíferos.