A crise do conhecimento oficial: uma análise da relação vocabulário/organização social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lallo, Pedro Gabriel Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234971
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo geral explicar a natureza e o conteúdo daquilo que chamamos de conhecimento oficial. O objetivo específico é investigar a relação mútua entre o modo como as pessoas explicam, compreendem e descrevem (vocabulários) seus mundos e a organização social de agrupamento. Para tanto, propomos um modelo teórico que nos permite visualizar a produção do conhecimento por um sistema de competição de vocabulários que se modificam para serem apreciados pelas pessoas de modo que algumas particularidades lexicais, que chamamos de tendências, são convergidas tornando-se comum a todos os vocabulários. Chamamos de conhecimento oficial todas as tendências convergidas e vinculadas ao poder do Estado ou similar a ele. Sobre a relação pessoas, vocabulários, realidade e ética, argumentamos que os vocabulários devem ser vistos como ferramentas com propósitos e funções (função ética, isto é, organização social de agrupamento) e em certas circunstâncias eles perfazem nossa identidade. Por meio da cartografia do conhecimento, argumentamos que os vocabulários, uma vez que não possuem relação representacional ou transcendente mais que os dentes e a cauda de castor, são mapas que marcam mensagens das práticas sociais e da comunidade de conversação e informação ecológica. Discutimos o contexto histórico em que nosso modelo teórico se encontra na sociologia do conhecimento, comparando-o com o programa forte da sociologia do conhecimento científico de David Bloor. Nós concluímos que nosso modelo teórico apresenta-se na segunda geração da sociologia do conhecimento mas também uma alternativa ao modelo esquema-conteúdo (representacionismo e dualistas) presente no programa forte da sociologia da ciência. Pois, para nós o conhecimento espelha nem a realidade como acreditam os filósofos, nem a sociedade como desejam os sociólogos, nada espelham. O vocabulário de conhecimento está na realidade e não fora dela, ele está produzindo organização social (grupos e grupos de grupos).