Estudo de disposição cinética do ácido copálico e do ácido caurenóico: permeabilidade intestinal, fração livre e metabolismo in vitro em microssomas hepáticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mauro, Mariana [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191950
Resumo: Os ácidos copálico (AC) e caurenóico (AK) são diterpenos majoritários da oleorresina extraída do tronco de árvores do gênero Copaifera - as copaíbas. A utilização da oleorresina de copaíba na medicina popular é decorrente da sua atividade anti-inflamatória e antisséptica, sendo empregada principalmente no tratamento de bronquite, sífilis, doenças de pele e úlceras. Embora o potencial terapêutico do AC e AK tenha sido bem explorado, as propriedades farmacocinéticas desses diterpenos não foram bem descritas até o presente momento para dar suporte ao seu uso tradicional. Este estudo teve como objetivo caracterizar as propriedades cinéticas do AC e AK utilizando ensaios que minimizam o uso de animais em pesquisa. A estabilidade dos diterpenos foi avaliada em plasma humano e em sistemas que simulam o pH dos fluidos estomacal (1,2) e intestinal (7,4). O coeficiente de partição octanol-água (log P) do AC e AK foi determinado por método cromatográfico. A permeabilidade intestinal foi avaliada em células Caco-2 na presença e na ausência do inibidor de glicoproteína-P (P-gp) verapamil. Ensaios de cinética enzimática foram realizados para AC e AK usando microssomas hepáticos de ratos (RLM) e humanos (HLM). Foram realizados ensaios para a identificação dos principais metabólitos dos diterpenos AC e AK. A fração de AC e AK livre no plasma em meio microssomal hepático foi determinada por ultracentrifugação. Os dados observados in vitro para os ensaios de cinética foram usados para predizer o clearance hepático in vivo usando o modelo do fígado com distribuição homogênea. Os métodos analíticos e bioanalíticos compatíveis com análise de AC e AK nos ensaios ADMET foram desenvolvidos e validados usando LC-MS. No pH estomacal (tampão Clark-Lubs 0,2 M, pH 1,2) foi observada rápida degradação do AC e AK e em pH intestinal (tampão fosfato 0,1M, pH 7,4), foi observada estabilidade por até 6 h e 24 h para o AK e AC, respectivamente. No plasma humano AC e AK foram estáveis por até 24 e 12 h, a 37 ºC. O AC e AK apresentaram permeabilidade aparente (Papp) moderada de 4,67 (± 0,08) × 10-6 cm/s e 4,66 (±0,04) × 10-6 cm/s em células Caco-2, respectivamente. A incubação com verapamil mostrou que a glicoproteína-P não desempenha um papel relevante na absorção oral de AC e AK. A análise das relações entre a velocidade inicial do metabolismo e a concentração do substrato revelou desvios da cinética michaeliana e sugeriu cooperatividade positiva, com coeficiente de Hill > 1. A fração livre em plasma determinada por ultracentrifugação foi de 0,47 - 0,53 para o AC e de 0,82 - 0,98 para AK. A razão de extração hepática (E) do AC foi estimada em 0,97 e indica extenso metabolismo a cada passagem do fármaco pelo fígado e elevada eliminação pre-sistêmica. Para o AK, os parâmetros de cinética enzimática não foram caracterizados no intervalo de concentrações avaliado. Os resultados desta tese poderão ser amplamente utilizados em estudos de transposição qualitativos e quantitativos dos dados experimentais para predizer os fenômenos in vivo inerentes ao uso terapêutico do AC, AK ou da oleorresina de copaíba.