Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Braga, Nayara Gomes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-05072021-161518/
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Resumo: |
Os princípios norteadores de trabalho das equipes de saúde da família alinham-se aos da reforma psiquiátrica, uma vez que adotam como referenciais comuns a integralidade da atenção, a participação social, o conceito ampliado de saúde-doença pela compreensão da sua determinação social, a interdisciplinaridade do cuidado e a territorialização das ações. Essa consonância conceitual reforça a potência da atenção primária à saúde (APS) atuando de forma articulada aos especialistas da área. O objetivo desse estudo foi caracterizar o cuidado oferecido em saúde mental a partir da visão das equipes de atenção primária de um município de médio porte, na perspectiva da coordenação do cuidado em saúde mental. Trata-se de estudo descritivo, de abordagem qualitativa. Teve como local de desenvolvimento as unidades de saúde da atenção primária. Como instrumento de coleta utilizou a entrevista semiestruturada. Como participantes incluiu profissionais de todas as categorias que compõem as equipes mínimas das unidades básicas de saúde desse município: um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e um agente comunitário de saúde de cada unidade, totalizando 28 profissionais entrevistados. O material foi analisado pela Análise de Conteúdo, modalidade temática. Nos resultados identificou-se a presença da concepção de saúde mental como doença. Com menor frequência a compreensão de saúde mental com o sentido de saúde e bem-estar, independentemente da existência de diagnósticos. Identificou-se pontos similares e dissonantes no modo de trabalho em saúde mental entre as equipes de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), apontando para a perspectiva de maior receptividade para a inclusão do cuidado em saúde mental na atenção primária por parte das equipes das ESF. Em relação as potências do trabalho das equipes com a saúde mental, a APS foi reconhecida como porta de entrada para acolher, identificar, diagnosticar e iniciar tratamento. Sendo o atendimento clínico a ferramenta de cuidado em saúde mental que utilizavam com maior frequência. Como principais dificuldades para o cuidado em saúde mental na APS apresentou-se os seguintes fatores no âmbito da micro gestão: falta sistemática de profissionais nas unidades de saúde, dificuldade dos profissionais em relação à escuta dos usuários com algum tipo de sofrimento emocional, em situações de crise ou em uso e abuso de substâncias psicoativas. Na esfera da macro gestão identificou-se que a organização e articulação da APS com a RAPS do município estudado ainda é incipiente. Enquanto necessidades para o aprimoramento do processo de trabalho, os profissionais destacaram a importância de ter equipes completas e fixas, ampliar espaços de capacitação e de apoio matricial. Ressalta-se a necessidade de se reforçar a importância da APS como ordenadora do sistema e referência de cuidado ao usuário, de se ampliar a compreensão de saúde mental voltada para a ideia de saúde e sua determinação social, além de se consolidarem os preceitos do cuidado territorial, das estratégias de matriciamento e de educação permanente como formas de ampliar e potencializar as práticas mais qualificadas em saúde mental na APS. |