Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Degasperi, Thais Cristiane [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202163
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Resumo: |
O presente trabalho assenta seus pressupostos no interior da temática ambiental e os questionamentos procedentes da intensa degradação e exploração do ambiente – e do próprio ser humano. Pauta-se também no processo educativo a partir de uma experiência formativa envolvendo a pesquisadora e uma professora de Língua Portuguesa. Considero a Educação Ambiental (EA), a partir de sua perspectiva crítica, como um dos caminhos para a transformação das relações estabelecidas entre sociedade e a natureza e a importância da formação docente para tratar as questões que a envolvem. Assim, em meados de 2016 e ao longo 2017, uma equipe envolvida com a formação continuada, na qual eu estava incluída, aproximou-se de uma escola agrícola, onde realizou um curso de formação, tematizando a EA e a inter-relação local e global da temática ambiental focada nas questões agropecuárias. Durante essa formação, uma professora em particular envolveu-se na realização de um conjunto de aulas contemplando o tema, convidando-nos para acompanhá-la: Helena. Entre 2018 e 2019, continuei minha caminhada com Helena, aprofundando-me não somente no vivido durante a formação e em sua prática, mas, principalmente, em nossas conversas posteriores sobre a própria temática ambiental e em nossa experiência enquanto docentes, em um processo de troca de cartas entre nós. Após, voltei-me a esse vivido com o questionamento do que em mim foi constituído no processo, a partir das questões de pesquisa: que sentidos são produzidos a partir de uma experiência formativa envolvendo uma professora de Língua Portuguesa que buscou trabalhar a temática ambiental em uma escola agrícola de ensino fundamental? Que limites e possibilidades para os trabalhos em EA podem ser identificados a partir dessa experiência? Tendo como objetivo compreender os sentidos produzidos sobre essa experiência, identificando e discutindo os limites e possibilidades para os trabalhos em EA. O fio condutor que integra essa busca é a construção de conhecimentos, valores e participação (CARVALHO, 1999), no interior da temática ambiental diante da experiência vivida. Para realização desta pesquisa, de caráter qualitativo, apoiei-me na perspectiva da investigação narrativa de experiências do vivido (LIMA; GERALDI; GERALDI, 2015). Enquanto referências teóricas e metodológicas que sustentam essa caminhada, assumo as concepções de Bakhtin (2003) na pesquisa como dialogia, e Benjamin (1996) da narrativa como experiência. Nessa compreensão, inspirando-me no paradigma indiciário (GINZBURG, 1989), busquei, no material produzido durante o vivido com Helena, indícios para narrar o que dessa experiência formativa – para nós duas, me tocou. Ao reconstruir essa história, constituí sentidos e deparei-me com possibilidades para a EA diante do trabalho de Helena: sua leveza para conduzir o processo educativo; o trabalho com literatura e mitologia para discutir a relação ser humano-natureza; a interdisciplinaridade; a condução das aulas junto a assuntos de globalização, mídia, propaganda, consumismo e o homem do campo. Os limites e desafios que puderam ser destacados são: o tempo, a falta de conhecimento e as dificuldades em articular as esferas local e global. Também nos colocamos entre questionamentos quanto a possibilidade de transformação do instituído entre indivíduo ou sociedade, e entre ser humano-natureza, os valores e conhecimentos regidos ao longo da história, discutida a partir da mitologia. O caráter constitutivo da linguagem, que cria e transforma a realidade, mostrou-se como uma parte importante da experiência formativa para a EA, onde também vejo a importância da experiência expressa enquanto movimento e conhecimentos, valores e participação propostos por Carvalho (1999). Ao final, traduzo as seguintes lições, para a EA, para a vida, as quais estão: na arte do encontro; na validação do outro, seja ser humano, seja natureza, com leveza; no “e”, em uma adição alteritária; e, por fim, na obra que produzi e na qual coloco minha assinatura. |