Toxicidade dos contaminantes de preocupação emergente decametilciclopentasiloxano e triclopir no desenvolvimento de embriões e larvas de zebrafish

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Andrade, Ítalo Bertoni Lopes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204822
Resumo: O uso volumoso de praguicidas, de fármacos e de químicos industriais, entre outros, tem provocado a contaminação do meio ambiente, com bioacumulação e biomagnificação de seus resíduos que, eventualmente, podem provocar exposições inadequadas e aumentar as incidências de doenças humanas. O pouco conhecimento de seus destinos no meio ambiente e potenciais efeitos a saúde, e ainda combinados a falta de monitoramento nos compartimentos ambientais, classificam essas substâncias químicas como contaminantes de preocupação emergentes (CPEs). Estudos experimentais têm a capacidade de prever a toxicidade desses CPEs, sendo de grande importância para a compreensão dos mecanismos potencialmente envolvidos no risco à saúde humana e ambiental. Atualmente, o uso de métodos alternativos para avaliação da toxicidade de substâncias químicas é uma tendência internacional em resposta à política dos 3R (reduce, refine, replace), que sugere a diminuição no uso de animais em pesquisas. Dentre as novas metodologias alternativas aplicadas à toxicologia inclui-se a utilização do peixe Danio rerio (zebrafish) como organismo modelo para ensaios de alto rendimento (high-throughput screening). Neste trabalho, avaliamos o potencial de embriotoxicidade neurotoxicidade de dois CPEs, o decametilciclopentasiloxano (D5), um representante dos produtos de cuidados pessoais, e o triclopir, um representante dos praguicidas. Para a avaliação da toxicidade aguda desses contaminantes, seguimos o protocolo OECD TG236, pelo qual os embriões do zebrafish foram expostos por até 144 horas pós fertilização (hpf) a concentrações ambientalmente realistas, na faixa de 0,5-500 µmol/L. Os embriões foram observados a cada 24 horas até o final do teste (144hpf). Ainda, nossos resultados revelaram a ocorrência de efeitos letais (ovo coagulado e falta de batimento cardíaco) e subletais (edema de pericárdio e saco vitelínico, não eclosão dos ovos e bexiga não inflada) para os dois compostos em todas as concentrações testadas, e efeitos teratogênicos (escoliose, malformação de cabeça e olhos) nos organismos expostos a 10 e 50 µmol/L de triclopir. A partir de nossos resultados determinamos a CL50 e CE50 das substâncias testadas. A atividade da AChE como biomarcador de neurotoxicidade também foi avaliada. Não foi observada diferença significativa na atividade da AChE nos grupos tratados com os contaminantes estudados. Avaliados em conjunto, nossos resultados indicam que ambas as substâncias são capazes de causar efeitos adversos no desenvolvimento do zebrafish, mesmo em concentrações muito baixas, àquelas comumente recomendadas. Ainda, os dados gerados neste trabalho podem oferecer embasamento científico para a implementação de estratégias coerentes e eficazes de controle desses contaminantes ambientais relacionadas a avaliação do risco.