Lesbianidade, censura e transgressão: a escrita autobiográfica de Cassandra Rios

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Cesar, Ingrid Mancilha
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Autobiografia - Escritoras; Memória; Literatura erótica; Lesbianidade na literatura; Rios, Cassandra, 1932-2002; Autobiography; Memorialism; Literature; Lesbianity
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/250956

Cassandra Rios (1932-2002), pseudônimo de Odete Rios, foi uma autora brasileira de literatura erótica que representava personagens homossexuais, e, sobretudo, relações amorosas entre mulheres. O principal período de sua produção marcou os anos da Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985), rendendo à autora e seus livros inúmeros processos de proibição, censura e perseguição, por serem estigmatizados e vistos como pornográficos. Além disso, Rios publicou duas obras autobiográficas, Mezzamaro, Flores e Cassis: o pecado de Cassandra (2000) e Censura: minha luta meu amor (1977), em que aborda momentos íntimos de sua trajetória e memória, tratando também da questão de sua perseguição durante, especialmente, as décadas de 1960 e 1970. Visando a possibilidade do estudo do campo das biografias e, mais especificamente, das escritas autobiográficas como forma de compreender aspectos do contexto da autora em questão, bem como as dinâmicas de poder inseridas no processo de produção de uma escrita “de si” de autoria feminina, essa pesquisa tem como objetivo dar continuidade a um trabalho de iniciação científica e analisar as narrativas autobiográficas de Rios a partir de um viés historiográfico. Nesse sentido, será interpretada e mapeada a construção da escrita memorialística da autora, estabelecendo aproximações e distanciamentos com a teoria autobiográfica de autoria feminina, relacionando tal gênero com o contexto de produção de Cassandra Rios e a performance na escrita.