Avaliação do efeito da melatonina no sinal insulínico e estresse oxidativo em ratos com periodontite apical submetidos à inalação passiva de tabaco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bravo, Lara Teschi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/239833
Resumo: A periodontite apical (PA) e o tabagismo podem estar associados com a síndrome metabólica, diabetes mellitus, alteração do sinal insulínico e resistência insulínica (RI). A melatonina (MEL) é um hormônio com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e com participação na remodelação óssea. Estudos anteriores mostram que a MEL melhora a sensibilidade à insulina e sinalização insulínica no músculo esquelético de ratos com PA. Nesse contexto, hipotetizamos que as alterações metabólicas em ratos com PA sejam mais pronunciadas com à inalação passiva de tabaco e a administração de MEL possa prevenir ou diminuir estas alterações. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade à insulina, estresse oxidativo e via de sinalização insulínica no músculo esquelético de ratos adultos com PA submetidos à inalação passiva do tabaco. Foram utilizados 128 ratos Wistar com 60 dias de idade distribuídos em 8 grupos: controle (CN); ratos tabagistas (T); ratos com PA (PA); ratos tabagistas com PA (T+PA); controle tratados com MEL (CN+MEL); ratos tabagistas tratados com MEL (T+MEL); ratos com PA tratados com MEL (PA+MEL); ratos tabagistas com PA tratados com MEL (T+PA+MEL). Os grupos tabagistas receberam à inalação passiva da fumaça do cigarro durante 50 dias, sendo que no 20º dia, os grupos PA foram submetidos à indução da periodontite apical, com auxílio de uma broca em aço carbono em primeiros e segundos molares superiores e inferiores do lado direito. Ademais, os animais dos grupos MEL foram suplementados com melatonina (5 mg/Kg, via oral por meio de gavagem) do 20º dia até 50º dia experimental. Foram analisados glicemia, insulinemia, sensibilidade à insulina (HOMA-IR), grau defosforilação em tirosina da pp185 e estresse oxidativo (superóxido dismutase - SOD e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico - TBARS) no músculo gastrocnêmio (MG). A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Em função dos resultados do teste de normalidade foram utilizados testes paramétricos para comparar glicemia, insulinemia, sensibilidade à insulina, grau de fosforilação em tirosina da pp185 e estresse oxidativo no MG entre os grupos, com nível de significância de 5%. Os resultados do presente estudo demonstram que os grupos PA, T e T+PA apresentaram aumento da RI quando comparados ao grupo CN. Além do mais, o grupo T+PA apresentou menor sensibilidade à insulina quando comparado aos grupos T e PA, sugerindo que a associação das variáveis, tabaco e periodontite apical, promove alteração exacerbada neste parâmetro metabólico em relação aos grupos analisados isoladamente. Interessantemente, a administração de MEL em animais com tabaco (grupos T+MEL), periodontite apical (PA+MEL) e a associação destas variáveis (grupo T+PA+MEL) foi capaz de melhorar a sensibilidade à insulina. Em relação ao peso e ingestão alimentar, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos. Houve prejuízo na transdução da etapa inicial do sinal insulínico nos grupos PA, T e T+PA. A MEL promoveu melhora neste parâmetro somente no grupo de animais com PA (PA+MEL). Além disso, não houve diferença estatística na atividade da defesa antioxidante (SOD) entre os grupos. A administração de MEL em animais tabagistas (T+MEL) ou PA (PA+MEL) promoveu diminuição no dano lipídico (TBARS). Pode-se concluir que ações da PA e do tabagismo se relacionam com o aumento da RI e a associação destes fatores (grupo T+PA) exacerbou os parâmetros sistêmicos correlacionados com a insulinemia e HOMA-IR. Em contrapartida, a suplementação da MEL foi capaz de reverter a RI (grupos PA+MEL, T+MEL e PA+T+MEL) e o dano lipídico (TBARS, grupos T+MEL e PA+MEL), demonstrando suas ações anti-inflamatórias e antioxidantes.