Gestão Ambiental como Fator de Desenvolvimento na Produção Agropecuária do Centro-Oeste Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Marques, Bruno Vicente [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204519
Resumo: O Brasil tem um papel destacado na produção agropecuária global. Todavia, modelos tradicionais trazem passivos para o setor agropecuário, como degradação da qualidade dos recursos naturais, notadamente solo e água, perda da produtividade dos solos, riscos à saúde da população. Além disso, a comunidade internacional tem sido cada vez mais restritiva e exigente quanto aos impactos ambientais e sociais causados pelo setor agropecuário, especialmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Nesse contexto, modelos de produção que incorporam a dimensão ambiental têm sido buscados e desenvolvidos, como forma de atender uma demanda da sociedade pela sustentabilidade na agropecuária. O presente trabalho teve como objetivo avaliar os impactos ambientais e econômicos sobre um modelo de gestão voltado para propriedades rurais. Esse modelo tem como princípio introduzir a variável ambiental em todas as atividades inerentes ao processo produtivo de uma empresa rural, no qual acredita-se que é possível conceber o conceito de produtos agropecuários como fatores promotores da conservação de solo, infiltração de água, sequestro de carbono e atividade biológica diversificada. A pesquisa foi realizada na Fazenda Maringá, localizada em Cristalina, no Estado de Goiás, um dos principais municípios de produção agropecuária do Brasil, com destaque para soja, milho, feijão, algodão, alho, batata e cebola. A inserção da variável ambiental em todas as atividades da Fazenda Maringá é implementada desde 2011, mas os dados correspondem ao período de 2014 a 2018. As principais inserções nesse período foram manutenção ações de melhoria nas condições dos ambientes de produção e proteção com a inserção de práticas conservacionistas e melhoria na condição operacional, como sistema de plantio direto, adubação verde, integração lavoura-pecuária, manutenção e conservação de estradas, padronização dos procedimentos operacionais e gestão de recursos hídricos. A avaliação dos impactos dessas inserções foi realizada por meio da abordagem metodológica de análise da paisagem, o que permitiu a obtenção de um índice de eficiência ambiental. Um levantamento de indicadores econômicos e culturais foi realizado nesse período, os quais corresponderam a produtividade das culturas produzidas, custos operacionais, receita líquida e lucro bruto, com base no levantamento histórico dos dados da empresa, bem como compreender sua agregação de valor. Os resultados mostraram que os Índices de Eficiência Ambiental da Fazenda Maringá tiveram uma evolução, variando de 57,4%, em 2014, a 61,42%, no ano de 2018. A metodologia empregada para avaliação ambiental gerou ferramentas para o desenvolvimento de um modelo com base em conceitos preconizados pela gestão ambiental, com a inserção da variável ambiental em todas as atividades. O modelo de gestão implementado proporcionou um cenário econômico crescente, cujo retorno do Lucro Bruto saiu de uma constante inicial de 32% e passou para 40% em 2018. Esses resultados foram possíveis pois, o modelo de gestão elaborado para a Fazenda Maringá foi norteado por um planejamento estratégico com a configuração de programas e projetos específicos. A metodologia mostrou ter um grande potencial de replicabilidade e aplicação na gestão agropecuária, permitindo o avanço na busca pela sustentabilidade do setor.