A formação de competências socioemocionais como estratégia para captura da subjetividade da classe trabalhadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Márcio Magalhães da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157212
Resumo: Desde 2011 o Instituto Ayrton Senna (IAS), em parceria com outras instituições, tem realizado esforços para garantir a incorporação das competências socioemocionais aos currículos no Brasil, exercendo influência na formulação das políticas de vários governos. Por essa razão, o presente trabalho toma como objeto de investigação documentos que recomendam ou incorporam a formação das referidas competências, quais sejam: “Competências socioemocionais: material de discussão” (IAS, 2013); “Estudo especial sobre alfabetismo e competências socioemocionais na população adulta brasileira” (IAS, 2016); “Desenvolvimento socioemocional e aprendizado escolar: uma proposta de mensuração para apoiar políticas públicas” (SANTOS; PRIMI, 2014); “Estudos da OCDE sobre competências: competências para o progresso social: o poder das competências socioemocionais” (OCDE, 2015); “Desconectados: habilidades, educação e emprego na América Latina” (BASSI et al., 2012); reforma do ensino médio (BRASIL, 2017a) e Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017b). O objetivo da investigação é identificar os possíveis impactos da formação de competências socioemocionais na educação da classe trabalhadora, tendo como referência teórica a psicologia histórico-cultural e trabalhos de pesquisadoras/es que têm o materialismo histórico-dialético como fundamento. No âmbito da educação e da pedagogia a referência é a pedagogia histórico-crítica, o que implica compreender a escola como instituição social cuja função precípua é promover o máximo desenvolvimento dos indivíduos por meio da socialização do patrimônio cultural da humanidade. A partir daí, a presente pesquisa busca verificar a hipótese de que a inserção de competências socioemocionais no currículo escolar atende tão somente ao interesse de perpetuação da situação de exploração da classe trabalhadora por meio da captura da subjetividade dessa classe. Foram identificadas as competências socioemocionais que se espera formar, as justificativas apresentadas, os referenciais teóricos e as recomendações didático-metodológicas das propostas disponíveis. A psicologia histórico-cultural permitiu denunciar a artificialidade da cisão que as competências socioemocionais estabelecem entre cognição e afeto, a serviço do esvaziamento da formação nas escolas públicas brasileiras e como estratégia da burguesia para exercer o controle sobre emoções e sentimentos da classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, responsabilizar os indivíduos pela desigualdade social e por sua própria pobreza.