Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Conciani, Dhemerson Estevão |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213446
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Resumo: |
O Cerrado ocupa 25% do território brasileiro, sendo considerado o segundo maior bioma do país, atrás apenas da floresta Amazônica. Nas últimas décadas o Cerrado experimentou um rápido declínio em sua vegetação nativa, sendo substituído principalmente por agricultura e pastagem. Hoje, menos de 8% do Cerrado encontra-se legalmente protegido no Brasil. Considerando o contexto do estado de São Paulo (SP), esta situação é ainda pior e menos de 1% da cobertura original do Cerrado encontra-se protegida. Neste cenário, os poucos remanescentes de vegetação nativa que restaram no estado de SP estão abrigados no interior de Unidades de Conservação (UC). Por sua vez, essas UCs possuem áreas que variam desde 200 hectares (ha) até 9000 ha, sendo consideradas relativamente pequenas quando comparadas à UCs de Cerrado em outros estados do Brasil. Considerando a raridade de áreas protegidas no Cerrado paulista, a conservação efetiva dessas UCs é fundamental para garantir a provisão de serviços ecossistêmicos e a preservação da biodiversidade. Contudo, as atividades desenvolvidas na zonas de amortecimento (ZA), isto é, no entorno imediato dessas UCs, impactam negativamente sobre a conservação, contribuindo para disseminação de espécies invasoras e na ignição de queimas acidentais e criminosas. Buscando contribuir no entendimento dessa dinâmica, nós desenvolvemos um algoritmo, geramos e validamos um produto de áreas queimadas adaptado para o contexto do Cerrado paulista entre 1985 e 2018 (acurácia= 79%, erro de omissão= 16%, erro de comissão= 9%). Através de uma análise combinada entre os padrões de área queimada e as mudanças no uso e cobertura do solo nas últimas três décadas, nós identificamos que o padrão de queimadas no Cerrado paulista pode ser explicado pelo tipo de uso do solo. De um modo geral, o regime de fogo nesta região pode ser caracterizado como antrópico, ocorrendo principalmente em áreas de pastagem e cultivos de cana-de-açúcar. As UCs com cobertura predominantemente florestal não queimaram ou pouco queimaram ao longo da série temporal analisada. Por outro lado, picos de área queimada foram identificados a cada 8-9 anos para as UCs campestres enquanto ciclos de queima a cada 2-3 anos foram identificados nas UCs com densa invasão por gramíneas africanas. Novas estratégias de manejo que deem autonomia e segurança jurídica para os gestores prescreverem queimas controladas precisam ser implementadas no Cerrado paulista, especialmente nas UCs campestres. Por outro lado, as UCs densamente invadidas por gramíneas africanas coincidem com áreas de conflito fundiário e/ou forte pressão urbana. Nesse contexto, é preciso buscar alternativas de restauração para essas áreas e fomentar a inclusão das comunidades locais em um modelo de gestão participativa como forma de mitigar os efeitos das pressões antrópicas e aumentar a efetividade de conservação dessas áreas. |