A produção da diferenciação socioespacial em Catanduva e São José do Rio Preto - SP: uma análise a partir do cotidiano de moradores de espaços residenciais fechados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Milani, Patricia Helena [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148016
Resumo: A produção da diferenciação socioespacial é analisada levando em conta suas dimensões objetivas e subjetivas, a partir da comparação entre duas cidades médias com diferentes níveis de complexidades, Catanduva e São José do Rio Preto-SP. O cotidiano, enquanto unidade de espaço e tempo, é nossa dimensão de análise, tendo as práticas espaciais dos sujeitos sociais pesquisados, enquanto plano analítico, o que nos permitiu identificar como o processo de fragmentação socioespacial se expressa na produção do espaço urbano, sobretudo a partir dos espaços vividos, conferindo sentidos e significados às práticas, que envolvem relações contraditórias entre dentro e fora, antes e depois, mudança e permanência, espaço e tempo. Com base na realização de 22 entrevistas e em observações de campo, a pesquisa revelou que, sob o discurso da busca por segurança, os sujeitos pesquisados, moradores de espaços residenciais fechados de classe média e elite, valorizam e produzem estratégias de distinção socioespacial, nas quais o espaço é dimensão estratégica que não se limita ao âmbito do morar. Tal busca modifica as maneiras como esses sujeitos sociais vivenciam o urbano e aquilo que lhe é inerente, sendo a cidade cada vez mais vivida e representada em fragmentos. Essa tendência à separação, presente nas duas cidades pesquisadas, estende-se também para as práticas de consumo, evidenciando-se de maneira mais significativa em São José do Rio Preto, cidade na qual há maior presença de espaços fechados de moradia e consumo, amplamente valorizados. Em Catanduva, ainda há permanências das práticas tradicionais de consumo, no centro principal da cidade. Porém, quando operamos a partir do processo de articulação escalar, levando em conta as práticas de consumo dos entrevistados de Catanduva que frequentam certos shopping centers de São José do Rio Preto, verifica-se que a produção da diferenciação socioespacial se efetiva, mas exige uma transposição da escala intraurbana para ser apreendido no contexto de cidades não metropolitanas, sobretudo cidades médias nos limiares. Concluímos, assim, que não se trata de medir em que cidade a diferenciação ocorre com maior ou menor intensidade, mas de identificar as lógicas que guiam os processos de urbanização no período contemporâneo.