Territorialização do capital na Zona Costeira cearense: resistência camponesa no Assentamento Pachicu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, José Ricardo Basílio da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258610
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a territorialização do capital e a resistência camponesa no Assentamento Pachicu, município de Itarema, 1984 a 2023. Tem como objetivos específicos analisar a transformação da terra, do sol e mar e demais bens da natureza como ativos de grande relevo ao capital em praticamente toda a Zona Costeira do Ceará; discutir a especulação imobiliária, a expansão da hotelaria e dos negócios associados ao turismo; debater a carcinicutura e os projetos de energia eólica; analisar a privatização dos assentamentos, agravando as condições de existência e reprodução da vida dos povos que vivem no e do campo. A pesquisa recupera a moldura das lutas camponesas no Ceará por um determinado tipo de conflito pautado na propriedade da terra, nos grandes latifúndios improdutivos, e numa política agrária coronelista, reconhecendo seu legado para a trajetória da luta de classes no Brasil. A territorialização do capital se realiza nos marcos da financeirização; da hegemonia neoliberal num Estado cúmplice da privatização e destruição dos bens naturais e dos serviços públicos e no avanço da ideologia dominante junto aos diferentes segmentos da sociedade. Nesse âmbito, o tema da terra diante dos cercamentos, expulsão e desterritorialização do campesinato e dos povos originários nessa região do Ceara, é o cerne dessa pesquisa. Tais problemas levam a uma situação de redimensionamento do caráter da luta camponesa, posicionando-a diante de novos desafios para este tempo histórico. A pesquisa se apoia em diferentes fontes documentais como revisão bibliográficas, consultas em documentação do INCRA -Ceará, MST- Ceará, imprensa do Ceará e alarga seu escopo com as entrevistas semiestruturadas de homens e mulheres coimplicados nas lutas de resistência no assentamento.Obteve-se algumas conclusões com essa investigação: o Assentamento Pachicu é um território em disputa e em permanente conflito, um campo de forças, de poder, uma teia ou rede de relações sociais que com o seu entorno se faz resistência e persistência da luta pela terra e de afirmação do campesinato. As famílias são sujeitas de sua história.