Dieta da Raia-elétrica Narcine brasiliensis (Olfers, 1831) (Elasmobranchii: Narcinidae) na costa sul do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Laranjeira, Maria Eduarda Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192789
Resumo: A raia-elétrica N. brasiliensis ocorre do sudeste do Brasil ao norte da Argentina, apresenta de pequeno a médio porte e atinge comprimento máximo de 49 cm. Essas raias são geralmente encontradas em substrato lodoso, composto por areia fina, onde o movimento de protrusão da mandíbula é mais eficiente, facilitando também a sucção das presas. Exemplares de N. brasiliensis são capturados acidentalmente nas regiões sudeste e sul do Brasil, sendo muito suscetíveis às ações antrópicas predatórias. Apesar de ser uma espécie abundante ao longo da costa brasileira, há um conhecimento escasso sobre vários dos seus aspectos biológicos. Estudos relacionados a este gênero concentram-se em distribuição, reprodução, abundância das espécies e em sua dieta, a qual é composta principalmente por crustáceos e anelídeos marinhos, poríferos, equinodermos e sipunculas. O objetivo deste estudo consistiu em analisar o conteúdo estomacal de exemplares de N. brasiliensis, a fim de caracterizar sua dieta na costa sul do Estado de São Paulo, visando obter uma lista de itens alimentares identificados ao menor táxon possível e a proporção geral dos grandes grupos de presas de sua dieta; bem como avaliar a dieta em relação à ontogenia e sazonalidade, além de identificar os principais componentes anatômicos do trato digestório. A dieta de N. brasiliensis na região de estudo foi composta por cinco grandes grupos: Classe Polychaeta, Classe Sipunculida, Ordem Decapoda, Ordem Stomatopoda e Ordem Anguiliformes. Os poliquetas 1, da Família Arabellidae, foram o principal componente alimentar dessa espécie nessa região (IRI 32,41%). O poliqueta 2 foi o segundo item mais importante para a dieta desses animais (IRI 12,73%). Já os Sipunculiformes aparecem como o terceiro item mais relevante (IRI 2,14%). Não houve diferenças significativas na distribuição dos itens alimentares entre os sexos, nem entre as classes de comprimento e tampouco entre as estações climáticas. As dietas entre as Classes II e III, e III e IV apresentaram maior similaridade entre si. A dieta de machos e de fêmeas no período de inverno também foi considerada similar. O teste de Pianka demonstrou alta sobreposição de dietas entre machos e fêmeas, e também entre os meses de inverno, o que está relacionado à disponibilidade de presas e ao tamanho dos indivíduos. A espécie pode ser considerada especialista (estenofágica), apresentando dieta composta principalmente por poliquetas o que está diretamente relacionado à sua morfologia corpórea, sobretudo do aparato mandibular, que é especializado para a sucção de presas.