Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Possetti, Tamíris da Costa Neves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204373
|
Resumo: |
Este trabalho teve como objetivo observar a relação entre o desenvolvimento da destreza manual e a postura de trabalho em estudantes de Odontologia. Para isso, propôs-se a realização de cinco estudos. No estudo 1 realizou-se uma revisão da Literatura para determinar quais métodos de avaliação da destreza manual são utilizados no ensino da Odontologia. A revisão foi realizada utilizando os termos “manual dexterity”, “dentistry”, “dexterity tests” e “dental students”. Foram coletados 38 artigos, incluindo apenas aqueles disponíveis em inglês, abordando métodos de avaliação de destreza manual (N=22). Observou-se que um total de 17 artigos abordaram testes de destreza manual para utilização em Odontologia. No geral, os estudos utilizaram testes de destreza manual como parte do processo de admissão em escolas de Odontologia, para prever o desempenho do estudante em disciplinas práticas e/ou auxiliar no processo de aprendizado prático, porém em sua maioria os testes aplicados não haviam sido criados especificamente para serem utilizados em Odontologia. No estudo 2 realizou-se um estudo de correlação entre o nível de dificuldade para a realização de procedimentos restauradores e a aplicação dos requisitos de posturas ergonômicas em estudantes de Odontologia durante o treinamento pré-clínico. A amostra foi composta pelos estudantes do 2º ano do curso de graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP (N=56). A coleta dos dados foi feita por meio de uma ficha na qual os estudantes registraram, semanalmente, após o treinamento no laboratório de Dentística I, seu nível de dificuldade para a realização do procedimento pré-clínico proposto e para a adoção dos requisitos de postura ergonômica. Para isso eles tomaram como base uma escala de 0 a 10 pontos, sendo 0 correspondendo a nenhuma dificuldade e 10 a dificuldade máxima. Foi realizada estatística descritiva e após a confirmação do pressuposto de normalidade, passou-se para o estudo da correlação, estimada pelo Coeficiente de Correlação de Pearson (r), entre o nível de dificuldade na realização dos procedimentos restauradores e na adoção de postura ergonômica, sendo sua significância testada pelo teste t Student. Para avaliar o efeito do tempo no nível de dificuldade dos estudantes em relação à postura ergonômica a média dos registros das duas primeiras semanas de treinamento foi definida como tempo inicial e das duas últimas semanas letivas como tempo final. Realizou-se a estatística descritiva. Após a verificação do atendimento dos pressupostos de normalidade realizou-se o teste de t Student para amostras pareadas. O nível de significância adotado foi de 5%. Verificou-se que a correlação entre a dificuldade de realização do procedimento pré-clínico de Dentística e os requisitos de postura ergonômica avaliados foi significativa, porém variando de baixa a moderada. Foi possível verificar que a percepção do nível de dificuldade de todos os itens de postura avaliados diminuiu significativamente ao longo do tempo (p<0,001). Conclui-se que a correlação entre a dificuldade para a realização de procedimentos restauradores pré-clinicos e a aplicação dos requisitos de postura ergonômicas foi significativa, porém de baixa e moderada e que a percepção de dificuldade dos estudantes com relação à postura ergonômica diminuiu ao longo de um ano de acompanhamento no treinamento pré-clínico. O estudo 3 teve o objetivo de adaptar um teste de destreza manual a um ambiente de treinamento pré-clínico e determinar sua confiabilidade. Foram avaliados estudantes do 5º ano do curso de graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP (N=92). Após o desenvolvimento do método Dental Manual Dexterity Assessment (DMDA), sua confiabilidade foi avaliada por meio do estudo de reprodutibilidade intra-examinador e inter-examinadores. Dois examinadores avaliaram em duplicata, a olho nu e com a Placa Teste posicionada sobre um negatoscópio, o resultado do DMDA de 20 estudantes, com intervalo de uma semana entre as avaliações, sendo as mesmas nomeadas como 1ª e 2ª avaliações. O estudo de reprodutibilidade intra e interexaminadores foi realizado por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (ρ). Foi realizada a análise estatística descritiva, e a prevalência do nível de destreza manual e o tempo necessário para concluir o teste foram estimados por ponto e intervalo de confiança de 95%. Tanto a reprodutibilidade intraexaminador (ρ1=0,892; ρ2=0,938) quanto a reprodutibilidade interexaminadores (ρ1ª avaliação=0,914; ρ2ª avaliação=0,813) foram classificadas como “boas” ou superiores. Observou-se maior prevalência de nível de destreza manual classificado como “alto” entre os estudantes avaliados. A adaptação resultou em um instrumento válido e confiável para medir a destreza manual entre estudantes de Odontologia. O método é simples e pode ser implementado nas fases iniciais nos cursos de graduação em Odontologia. O estudo 4 teve o objetivo de observar a adesão aos requisitos de postura ergonômica e da habilidade motora fina de estudantes de Odontologia ao longo do treinamento pré-clínico. Foi também realizado um estudo de correlação entre a adesão aos requisitos de postura ergonômica e a habilidade motora fina. A amostra foi composta por estudantes do 2° ano de graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP (N=62). Para a avaliação da adoção dos requisitos de postura ergonômica de trabalho foi utilizado o CADEP (Compliance Assessment of Dental Ergonomic Posture Requirements) e foram realizadas tomadas fotográficas dos alunos executando procedimentos pré-clínicos, ao longo de um ano letivo. As fotografias obtidas de cada procedimento foram avaliadas e foi emitida uma nota de 0 a 10, a qual correspondeu ao nível de adesão aos requisitos de postura ergonômica. Para avaliar a evolução desta adesão ao longo do tempo a média das notas obtidas do CADEP nos dois primeiros meses correspondeu à Adesão Inicial (Ai) e a dos 2 meses finais à Adesão Final (Af). Para avaliar a habilidade motora fina foi utilizado o Dental Manual Dexterity Assessment – DMDA modificado, o qual consiste em um teste onde o estudante deve inserir uma fresa #3195FF acoplada a um “simulador de peça de mão reta”, em uma série de 82 pequenos alvos impressos em uma Placa Teste. A precisão de peneração de cada alvo foi avaliada e pontuada de 0 a 3 pontos, podendo ao final somar no máximo 246 pontos. O tempo para a realização do teste foi cronometrado em segundos. Utilizou-se a pontuação final da placa, dividida pelo tempo, para dar a nota final do teste. Para avaliar a evolução da habilidade motora fina final ao longo de um ano letivo, o DMDA foi aplicado no início do treinamento pré-clínico antes da realização dos preparos cavitários e restaurações (Di) e no final do ano letivo (Df). Tanto as posturas quanto a habilidade motora fina foram avaliadas por pesquisador devidamente calibrado em estudo piloto. Foi realizada análise estatística descritiva. Após a verificação dos pressupostos de normalidade foi realizado o teste t Student para amostras pareadas. A correlação entre a adesão aos requisitos de postura ergonômica e a habilidade motora fina foi estimada pelo Coeficiente de Correlação de Pearson (r) e sua significância foi testada pelo teste t Student. O nível de significância adotado foi de 5%. Verificou-se que houve diferença estatisticamente significativa entre a avaliação inicial e final, para a adesão aos requisitos de postura ergonômica (p<0,001; t=-5,300) e para a habilidade motora fina (p<0,001; t=-10,975), sendo maiores os valores na avaliação final. Observou-se que houve correlação não significativa entre a adesão aos requisitos de postura ergonôma e a habilidade motora fina no início do treinamento pré-clínico (r=-0,197; p=0,126) e no final (r=0,226; p=0,078). Conclui-se que a destreza manual dos estudantes e a adesão aos requisitos de postura ergonômica aumentaram ao longo do ano de treinamento pré-clínico e que a correlação entre elas não foi significativa. O estudo 5 teve como objetivo desenvolver e avaliar o efeito de um Programa de Treinamento Pré-Clinico sobre a destreza manual, percepção visual de profundidade e distância, percepção de autoconfiança, qualidade de preparos cavitários e postura ergonômica de trabalho de estudantes de Odontologia previamente ao treinamento pré-clínico. O estudo envolveu alunos do 1º ano do curso de graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP (N=63). O programa consistiu em oito fases nos quais os alunos realizaram diferentes tipos de atividades. As variáveis dependentes foram: destreza manual avaliada pelo Dental Manual Dexterity Assessment – DMDA modificado, percepção de profundidade e extensão cavitária medida pelo Depth and Extention Perception in Dentistry test – DEPD, autoconfiança para execução de procedimento pré-clínico por meio da escala VAS; qualidade de preparo cavitário Classe I; desvio angular da posição neutra do pescoço, tronco, braço, antebraço, punho e distância entre os olhos do estudante e o dente do manequim. Estas variáveis foram avaliadas em dois momentos distintos: antes e após a aplicação do programa. A variável independente foi o programa de treinamento de destreza manual pré-clínico. Foi realizada a análise estatística descritiva e após o atendimento do pressuposto de normalidade realizou-se o teste t Student pareado com o nível de significância de 5%. Os resultados mostram que houve diferença estatisticamente significativa em relação ao DMDA modificado (p<0,001), autoconfiança (p<0.001), qualidade dos preparos cavitários (p<0,001), distância dos olhos do estudante/manequim (p<0,001), desvio angular da posição neutra do tronco (p=0.007) e dos punhos (p<0,001), com melhores resultados no pós-treinamento. Conclui-se que o programa proposto promoveu melhoria autoconfiança dos estudantes, na qualidade dos preparos cavitários, na distância olhos do estudante/manequim e no desvio angular da posição neutra do punho. |