Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Wajngarten, Danielle |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/166357
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Resumo: |
Este trabalho teve como objetivo observar o efeito da magnificação na postura de trabalho durante a realização de procedimentos odontológicos. Para isso, propôs-se a realização de sete estudos. Os estudos 1 e 2 tiveram como objetivo revisar a literatura para reunir informações disponíveis em torno da magnificação e ergonomia e da magnificação em endodontia, respectivamente. No estudo 3, foi realizada a observação da acuidade visual de estudantes de odontologia (N=160) em função de cinco diferentes condições visuais (olho nu, visão com lupa simples, visão com lupa do sistema Galilean, visão com lupa do sistema Keplerian e microscópio operatório) e em duas distâncias de trabalho (de 35cm boca/olhos e confortável para o operador). Além disso, os desvios angulares de pescoço foram registrados por meio de tomadas fotográficas. A acuidade visual foi medida através de uma tabela de E-optótipos localizados em cavidades Classe I de molares superiores. O desvio angular foi mensurado por meio do Software de Análise Postural. Realizou-se análise estatística descritiva e Análise de Variância - ANOVA a qual foi conduzida de forma independente para os diferentes anos do curso (2°, 3°, 4° e 5°). O nível de significância adotado para tomada de decisão foi de 5%. Observou-se interação significativa para o sistema de magnificação e distância (p<0,05) em todos os anos, tanto para a acuidade visual quanto para o ângulo de pescoço. Para a distância padronizada e em todos os anos do curso, a maior acuidade visual foi para as lupas Galilean, seguida pela Keplerian e microscópio operatório. Para a distância confortável, as lupas Galilean e Keplerian apresentaram maior acuidade. Para a angulação de pescoço, na distância padronizada, os estudantes do 2° ano apresentaram menores ângulos com o uso do microscópio e lupa Keplerian, para o 3° ano não houve diferença, para estudantes do 4° ano as menores angulações foram proporcionadas pelas lupas Galilean, Keplerian e microscópio operatório e para o 5° ano pelo microscópio operatório. Na distância confortável, as lupas Galilean e Keplerian foram as melhores para os estudantes do 2°, 3° e 5° anos e para os estudantes do 4° ano apenas a Keplerian. Concluiu-se que os sistemas de magnificação Galilean, Keplerian e microscópio operatório promoveram melhoria na acuidade visual e na manutenção de menor angulação do pescoço. No estudo 4, verificou-se o efeito de quatro condições visuais (olho nu, lupa simples, lupa com sistema Galilean e Keplerian) sobre a postura de trabalho e angulação de pescoço, durante a realização de preparos cavitários Classe I por operador com e sem experiência nos conceitos de Dentística e Ergonomia em Odontologia. O registro das posturas de trabalho e ângulo de pescoço foi realizado por meio de filmagem e avaliadas, respectivamente, por meio do Compliance Assessment of Dental Ergonomic Posture Requirements – CADEP adaptado e pelo Software de Avaliação Postural (N=640). Após análise estatística descritiva foi conduzida a ANOVA a dois fatores e o nível de significância adotado foi de 5%. Não se verificou interação significativa entre as variáveis independentes para as variáveis dependentes avaliadas. Ambos operadores obtiveram altos escores de postura de trabalho enquanto trabalhavam com as lupas Galilean e Keplerian (p<0,01), independente do dente tratado assim como menores ângulos de pescoço para ambos operadores (p<0,01). Concluiu-se que a utilização do sistema de magnificação Galilean e Keplerian auxiliaram na manutenção da postura de trabalho adequada. Com relação ao estudo 5, avaliou-se o efeito da magnificação sobre a qualidade dos preparos cavitários Classe I pré-clínicos, confeccionados por indivíduos com e sem experiência operatória. Preparos cavitários Classe I foram realizados em todos os primeiros molares por cada operador (n=320) sob 4 diferentes sistemas de magnificação (olho nu, lupa simples, lupa com sistema Galilean e Keplerian). A qualidade de preparos cavitários Classe I foi avaliada pelo instrumento denominado Class I Cavity Preparation Assessment - COCA, desenvolvido para a realização desta pesquisa. Foi realizada a análise de dados, conduzida de forma independente para os diferentes dentes (16, 26, 36 e 46). Após a estatística descritiva foi realizada ANOVA a dois fatores e o nível de significância adotado foi de 5%. Observou-se que para os dentes superiores não houve diferença significativa entre os sistemas de magnificação e a experiência do operador (p>0,05). Para o elemento dental 36 verificou-se que a qualidade do preparo realizada com a lupa Galilean foi superior ao olho nu (p<0,01). Com relação ao elemento dental 46 observou-se que o operador com experiência obteve maior nota na qualidade do preparo (p= 0,01), independente do sistema de magnificação. Conclui-se que o uso da magnificação não influenciou a qualidade dos preparos cavitários de Classe I para os elementos 16, 26 e 46, a lupa Galilean proporcionou melhor qualidade de preparo para o elemento 36 e o maior grau de experiência do operador influenciou a qualidade do elemento 46. O estudo 6 observou o efeito de diferentes sistemas de magnificação sobre a habilidade motora fina real e percebida de estudantes de odontologia. Participaram desta pesquisa estudantes do 5° ano de graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara (N=51). Foram utilizados 4 diferentes sistemas de magnificação (olho nu, lupa monocular de 3,5x de aumento, lupa Galilean com 3,5x de aumento, lupa Keplerian com 4,0x de aumento). A habilidade motora fina real foi medida pelo teste de Destreza Manual para Dentística Restauradora Pré-clínica, que consistiu na inserção da fresa #3195FF em alvos posicionados sobre uma placa de isopor. Para pontuar a precisão de cada penetração no alvo, utilizou-se o seguinte critéro: escore 3, quando a inserção se encontrava totalmente dentro do alvo, 2 quando 50% estava dentro do alvo, 1 quando 50% estava fora do alvo e 0 para totalmente fora do alvo, totalizando no máximo 246 pontos. A habilidade motora fina percebida foi avaliada por meio da escala VAS a qual variou de zero para nenhuma habilidade e dez para habilidade máxima. Após análise estatística descritiva realizou-se ANOVA a um fator com nível de significância de 5%. Para a habilidade motora final real, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,48) ao passo que para a habilidade motora fina percebida houve diferença (p<0,01) com melhores resultados para o olho nu. Concluiu-se que a habilidade motora fina real não foi influenciada pelo sistema de magnificação e que a percebida foi. O estudo 7 propôs-se observar, de forma qualitativa, as percepções de estudantes do 2º ano do curso de graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Stony Brook – EUA sobre a utilização de lupa Galilean a 2,5x de aumento durante a execução de atividades laboratoriais pré-clínicas. A amostra foi composta por 24 estudantes. Os dados foram coletados por meio de entrevista aberta semiestruturada e individual a qual foi registrada em gravador de voz digital e analisados por meio da análise temática com o software NVIVO® 10. As perguntas foram relativas às experiências do uso da lupa. Observou-se que grande parte dos estudantes (54,2%) se adaptou à utilização da lupa desde o seu início, sem a apresentação de sintomas (50,0%). Os estudantes perceberam que a magnificação auxiliou na manutenção da postura de trabalho (79,2%), impactou positivamente nas habilidades psicomotoras (66,6%) e na qualidade dos trabalhos pré-clínicos realizados (91,7%). Concluiu-se que os estudantes apresentaram percepções positivas relacionadas com o uso da magnificação, destacando-se a melhoria da habilidade motora, qualidade dos procedimentos e postura de trabalho. De acordo com as metodologias utilizadas no presente trabalho pode-se concluir que as lupas Galilean e Keplerian influenciaram positivamente a postura de trabalho durante a realização de procedimentos odontológicos. |