Cartografia do cuidado em um território das Redes de Atenção Psicossocial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santana, Taís Fernanda Maimoni Contieri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153562
Resumo: Desde as últimas décadas, o sistema de saúde brasileiro tem passado por transformações essenciais, imprimindo um percurso caracterizado por enfrentamentos, desafios e avanços. Com a criação e implantação do SUS, mudanças significativas e necessárias vêm acontecendo, principalmente no campo da Saúde Mental. Dentre elas, a reversão do modelo manicomial para políticas de base territorial, como o cuidado integral nas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS). Com o olhar voltado para essa questão, a presente pesquisa cartografou o cotidiano do cuidado em saúde mental dos profissionais atuantes numa Unidade Básica de Saúde articulada a um Centro de Atenção Psicossocial I (CAPSI). Para tanto, empregamos o método qualitativo e cartográfico. Utilizamos ferramentas, tais como a observação sistemática, diário de campo, fluxograma e entrevista audiogravável com onze profissionais que atuam nas unidades mencionadas acima, de um município do interior paulista. Três autores foram base referencial para análise: Emerson Merhy, autor que subsidiou a temática do cuidado; Benedetto Saraceno, autor que sustentou a discussão pertinente à Reabilitação Psicossocial e Eugênio Vilaça Mendes, autor que discutiu o trabalho em Redes, com enfoque na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Como resultado, foi constatado que apesar do acolhimento e acesso ofertados, os encontros e narrativas no território das redes conectivas da RAPS revelaram a fragilidade dos profissionais entrevistados frente aos cuidados em saúde mental na Atenção Primária, visto a percepção deturpada de que o cuidado é hegemônico e medicalizante, tendo o CAPS I como seu ordenador na maioria das vezes. Foi detectada, em algumas situações, uma mobilidade dos trabalhadores na rede, circulando entre os equipamentos de saúde. Isso favoreceu as conexões e fluxos entre equipes na construção das linhas de cuidado, sendo possível sentir as nuances das práticas em rede, dos novos serviços sob essa lógica que podem ser denominados espaços de produção de sujeitos sociais, de produção de subjetividades. A partir da cartografia, percebemos que a atenção em saúde mental no território pesquisado requer políticas intersetoriais, integradas, ampliando possibilidades, oportunidades e redimensionando a noção de direito e cidadania, bem como considerando o usuário como integrante da elaboração de projetos terapêuticos, fortalecendo o trabalho multiprofissional e qualificando os profissionais para as ações dirigidas ao cuidado. Destarte, a articulação de profissionais no campo da saúde mental em rede deve promover a constituição de um conjunto vivo e concreto de referências capazes de acolher a pessoa em sofrimento, sendo que esta rede, no entanto, não deve limitar-se aos serviços especializados.