Avaliação dos efeitos da pandemia covid-19 sobre a gestão dos resíduos sólidos urbanos – Estudo de caso no município de São Paulo

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Silva, Ednei Rodrigues
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: SARS-CoV-2; Resíduos sólidos urbanos; Novo Coronavírus; Cooperativas de reciclagem; Lixiviado
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255168; https://lattes.cnpq.br/8577752392688887; https://orcid.org/0000-0003-0528-4594

Em 2020, apesar de todo esforço e estrutura existentes, os países desenvolvidos sofreram os efeitos da doença causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), variante do vírus causador da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), que em poucos meses se espalhou por todos os continentes, tornando-se uma pandemia. Diferentes ações de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) foram tomadas por diversos municípios e países para evitar a dispersão do vírus, contudo algumas destas ações impactaram o Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU) e sua valorização. O gerenciamento integrado tem como principal objetivo a diminuição da disposição final de resíduos diretamente no solo, por meio da implantação de diferentes rotas tecnológicas, que atendem à hierarquia de resíduos preconizada na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, 2010) e suas metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2022). Deste modo, o objetivo da tese foi avaliar: i. os protocolos adotados para o GIRSU após a proliferação da COVID-19; ii. eventuais traços dos vírus presentes nos lixiviados e chorume produzidos pelos resíduos sólidos domiciliares (RDO); iii. com base nos dados de geração do RDO, estrutura de reciclagem corrente e de amostras dos lixiviados e chorume produzidos nos RDO do município de São Paulo, o impacto da pandemia sobre a geração e recuperação dos RDO no município. Como resultados das avaliações mencionadas: i. Não houve impactos à coleta e transporte dos resíduos sólidos domiciliares durante a emergência sanitária, apesar das dificuldades que se apresentavam à época da pandemia da COVID-19; ii. A coleta seletiva manteve o patamar de cerca de 2,0% da quantidade de resíduos domiciliares (RDO) coletada, salvo em 2020 quando a coleta seletiva alcançou 2,5%, decorrente da paralização das atividades do setor informal que opera no segmento; iii. Embora São Paulo tenha suspendido as atividades das cooperativas de reciclagem habilitadas, não houve prejuízo à coleta seletiva no município; iv. Os resíduos de serviços de saúde (RSS) coletados foram tratados de maneira adequada, mesmo com o aumento de 29% na geração desses resíduos entre os anos de 2019 e 2021; v. O método proposto para indicar a presença do RNA SARS-CoV-2 mostrou que houve variação de concentração da carga viral das amostras de lixiviado da estação de transferência durante o período de amostragem, o que demonstra que o método é eficaz para identificar a presença da infecção nesta matriz de determinada região. O estudo contribui para futuras ações necessárias a serem aplicadas em estado de emergência sanitária, que auxiliarão à decisão de manutenção das atividades de segregação na fonte e aquelas relacionadas à cadeia de recuperação dos resíduos.