Efeitos do Propofol em emulsão lipídica e em microemulsão na incidência de lesões endotelial e miocárdica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paço, Cristian Durço [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143846
Resumo: O propofol é um dos fármacos mais utilizados na prática clínica do anestesiologista. O principio ativo do propofol é insolúvel em água, portanto, para permitir sua difusão nos compartimentos biológicos sem o comprometimento das propriedades anestésicas, utilizou-se, inicialmente, como veículo, óleo vegetal. Nesta emulsão o propofol fica dissolvido na fase- óleo sob a forma de pequenas partículas formando uma dispersão coloidal. As complicações resultantes são: dor a injeção, acidose metabólica, hipertrigliceridemia, e possível rabdomiólise com insuficiência renal. Uma nova formulação do propofol com finalidade de proporcionar maior conforto ao paciente, na busca de superar ou minimizar estes efeitos indesejáveis, principalmente o da dor à injeção, foi proposta, baseada em microemulsões, em substituição à emulsão lipídica. Objetivos: Comparar a incidência de inflamação após a infusão de propofol em dose única e em infusão contínua com o diluente emulsão lipídica (EL) ou com diluente em microemulsão (ME). Estudar o efeito do propofol com ambos os diluentes sobre os aspectos bioquímicos, a pressão arterial média (PAM), a pressão venosa central (PVC), o Sódio e o Potássio plasmáticos além de variáveis teciduais através da microscopia ótica e microscopia eletrônica. Método: Os animais foram divididos em sete grupos de 6 animais, sendo: Grupo SHA – 6 coelhos que receberam apenas o tratamento cirúrgico; Grupo Controle-Infusão em bolus (CRB) – 6 coelhos que receberam solução fisiológica 3mL EV; Grupo ControleInfusão Contínua (CRI) – 6 coelhos que receberam 3 mL de solução fisiológica, seguida da infusão contínua no volume de 0,05 mL/kg/min, por 60 minutos EV; Grupo Propofol EL em bolus (PEB) – 6 coelhos que receberam propofol em emulsão lipídica (3 mg/kg) em bolus EV; Grupo Propofol ME em bolus (PMB) – 6 coelhos que receberam propofol em microemulsão (3 mg/kg) em bolus EV; Grupo Propofol EL contínuo (PEC) – 6 coelhos que receberam propofol em emulsão lipídica, 3 mg/kg em bolus, e em seguida infusão contínua de 0,2 mg/kg/min EV por 60 minutos; Grupo Propofol ME contínuo (PMC) – 6 coelhos que receberam propofol em microemulsão, 3 mg/kg em bolus, e em seguida infusão contínua de 0,2 mg/kg/min EV por 60 minutos. Foram estudados atributos hemodinâmicos e sanguíneos, durante 4 momentos: M0, 15 minutos após o término da preparação cirúrgica; M1, 5 minutos após a infusão em bolus do propofol ou do soro fisiológico nos grupos CRB, CRI, PEB e PMB ou 5 minutos após o início da infusão contínua nos grupos PEC e PMC; M2,15 minutos após a infusão em bolus do propofol ou do soro fisiológico nos grupos CRB, CRI, PEB e PMB ou 15 minutos após o início da infusão contínua nos grupos PEC e PMC; M3,60 minutos após a infusão em bolus do propofol ou do soro fisiológico nos grupos CRB, CRI, PEB e PMB ou 60 minutos após o início da infusão contínua nos grupos PEC e PMC, momento que correspondeu ao término do estudo e sacrifício dos animais por sobredose de anestésicos. A análise estatística dos resultados foi efetuada utilizando-se programa computacional em linguagem BASIC, empregando-se a Análise de Perfil (MORRISON, 1967), com os testes das hipóteses. Para as variáveis que apresentaram distribuição normal e homogeneidade de variâncias será utilizada a análise de perfil, caso contrário será realizado o teste de Friedman para comparação dos momentos em cada grupo e o teste de Kruskal Wallis para comparação dos grupos em cada momento. Resultados: Os grupos foram homogêneos quanto aos parâmetros estudados, diferindo apenas na quantidade de IL-6 plasmática quando se utilizou diluente microemulsificado. Os achados de microscopia eletrônica tiveram comportamento muito próximo ao observado na microscopia ótica, com tendência de maior reação inflamatória com o uso do diluente micro-emulsificado. Conclusões: Nas condições experimentais empregadas no presente estudo, não foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos com o uso de diluentes com emulsão lipídica, microemulsão ou soro fisiológico. Houve, apenas, uma tendência do grupo submetido ao propofol microemulsificado de ter uma maior intensidade de células inflamatórias.