Efeitos da imunoterapia intravesical com Bacilo Calmette-Guerin (BCG) em associação ao treinamento físico aeróbio no tratamento do câncer de bexiga urinária não-músculo invasivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Aguiar e Silva, Marco Aurélio de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/141534
Resumo: A terapia mais eficaz para o câncer de bexiga urinária não-músculo invasivo (CBNMI) é a imunoterapia com BCG (Bacilo Calmette-Guerin) associada à ressecção transuretral (RTU). Entretanto, a utilização do BCG está associada a vários efeitos colaterais de intensidades variadas, além da associação levar ao alto índice de recorrência tumoral. Além disso, não existem estudos mostrando o papel protetor do exercício físico aeróbio (EFA), como terapia adjuvante, sobre a evolução da carcinogênese urotelial. Assim, o presente estudo objetivou caracterizar e comparar as alterações morfológicas e moleculares da imunoterapia intravesical com BCG associada com o EFA na evolução do CBNMI induzido em ratos, enfocando os receptores do sistema imune inato, angiogênese e balanço oxidativo. Para a indução do CBNMI, vinte fêmeas da linhagem Fischer 344 receberam uma dose intravesical de 1,5 mg/Kg de N-metil-N-nitrosouréia (MNU) a cada 15 dias, totalizando 4 aplicações. Cinco fêmeas que não receberam MNU foram consideradas como Grupo Controle (Grupo 1) e receberam uma dose semanal intravesical de 0,3 mL de NaCl 0,9% por 6 semanas consecutivas. Duas semanas após a última aplicação da MNU, os animais foram divididos em quatro grupos (n=5 cada): Grupo MNU (Grupo 2): recebeu NaCl 0,9% por seis semanas consecutivas como o Grupo 1; Grupo MNU+BCG (Grupo 3): recebeu uma dose semanal intravesical de 2mg/mL de BCG por 6 semanas consecutivas; Grupo MNU+EFA (Grupo 4): recebeu o mesmo tratamento que os Grupos 1 e 2, e simultaneamente submetido ao protocolo de EFA (natação), ambos por 6 semanas consecutivas; e Grupo MNU+EFA+BCG (Grupo 5): recebeu uma dose semanal intravesical de BCG como descrito no Grupo 3 e simultaneamente submetido ao protocolo de EFA (natação), ambos por 6 semanas consecutivas. Após o tratamento, as bexigas urinárias foram coletadas e submetidas às análises histopatológicas e moleculares das proteínas TLR2,TLR4, NF-KB, IL-6, MMP-2, AKT, VEGF, Endostatina, NOX1, Nrf2, Bcl-2, BAX, B-actina . Os resultados demonstraram que os animais do Grupo 2 (MNU) apresentaram redução significativa no peso corporal e lesões uroteliais mais agressivas quando comparado aos demais grupos experimentais. No grupo com BCG e na associação entre BCG e EFA não foram observadas lesões uroteliais invasivas e, em geral de menor agressividade. Os níveis proteicos dos receptores toll-like (TLRs) 2 e 4, NFK-B e IL-6 foram significativamente maiores nos grupos G3 (MNU+BCG) e G5 (MNU+BCG+EFA). Uma redução significativa de VEGF associada a um aumento significativo de endostatina foram observados, em especial no grupo da associação BCG e EFA. Em contraste, os níveis protéicos de NOX1 foram reduzidos e os níveis protéicos de Nfr2 foram significativamente aumentados no grupo submetido à associação entre BCG+EFA. Portanto, a redução do grau de agressividade tumoral pela associação BCG e EFA foi provavelmente decorrente da diminuição dos TLR 2 e 4, estresse oxidativo, angiogênese e potencial aumento de apoptose na bexiga urinária de animais iniciados com a MNU. Assim, o exercício físico aeróbio poderia aumentar a eficácia do BCG no tratamento do CBNMI.