Exposição da próstata de fêmeas de gerbilo da Mongólia (Meriones unguiculatus) a doses ambientais de Bisfenol A e 17beta estradiol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bedolo, Carolina Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192729
Resumo: A próstata é uma glândula componente do sistema genital dos mamíferos e sua principal função prostática é secretar um fluido levemente alcalino (pH 7,29) que contribui para a formação do líquido seminal. As fêmeas em certas espécies, como o roedor gerbilo da Mongólia (Meriones unguiculatus), apresentam próstata cuja morfologia se assemelha à porção ventral do complexo prostático masculino e à próstata feminina em humanos. Nas últimas décadas tem sido relatado um constante aumento da exposição a substâncias capazes de interferir na ação hormonal, conhecidas como disruptores endócrinos. O bisfenol A (BPA) pertence a uma das categorias de disruptores endócrinos presentes no meio ambiente. Estudos demonstram que a exposição a esse composto interfere negativamente na morfofisiologia prostática, favorecendo o estabelecimento de lesões pré-malignas e malignas. Além do BPA, uma das constantes problemáticas dos dias atuais é a exposição ambiental a hormônios exógenos como o estradiol (E2). Desta forma, a administração de fármacos com estrutura semelhante a hormônios esteroides pode exercer efeitos sobre a glândula, uma vez que os mesmos se ligam a seus receptores hormonais afetando a homeostasia prostática. O presente estudo teve como objetivo verificar as alterações morfofuncionais na próstata de fêmeas de gerbilo da Mongólia após tratamento perinatal com dose diária ambiental, ou seja, dose ambiental segura de BPA (50 µg/kg) e doses de 17-β estradiol (35 µg/kg), 3 vezes por semana por 38 dias. Foram realizadas análises estereológicas, morfométricas, citoquímicas e imunohistoquímicas. As análises morfológicas demonstraram a presença de alterações como focos inflamatórios associados a células claras e neoplasias intraepiteliais prostáticas (PINs) nos grupos E2, BPA e controle óleo (CO) tratados em relação ao grupo controle água (CA). Nas análises imunohistoquímicas, foram observadas a presença de macrófagos e a imunoexpressão de alfa-actina do músculo liso. Além disso, foi observado aumento nos compartimentos lúmen e estroma não muscular do grupo E2 (grupo estradiol) em relação ao grupo BPA e CA. Concluiu-se que os disruptores endócrinos, BPA e E2 interferem na homeostasia prostática em fêmeas, promovendo alterações morfológicas à semelhança do que ocorre em machos. Nosso estudo sugere que a próstata feminina tem relevância clínica e a fêmea do gerbilo é um bom modelo para se avaliar as repercussões morfofisiológicas de disruptores endócrinos sobre essa glândula do trato genital.