Eu não estou lá?: a prosa brasileira contemporânea, sua fotografia e expansão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bolognin, Renan Augusto Ferreira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204696
Resumo: Esta tese analisa três narrativas brasileiras contemporâneas – Nove noites (2002), de Bernardo Carvalho; Rremembranças da menina de rua morta nua (2006), de Valêncio Xavier; e Divórcio (2013), de Ricardo Lísias – em seu ponto de contato: a infiltração dos autores como personagens das tramas narrativas através da utilização de fotografias e menções a seus nomes próprios. Também cabe sublinhar que todos esses textos são constituídos por documentos referentes a acontecimentos reais convertidos em ficção. Para compreendermos esse hibridismo, nos fundamentamos teoricamente nos conceitos de inespecificidade e de campo expansivo, de Florencia Garramuño (2014); na intersecção de política e arte com Jacques Rancière (2009); e nos conceitos simulacro e simulação, de Jean Baudrillard (1991), com vistas a demonstrar como nesses textos não apenas os autores atuam como ficções de seus livros, mas como eles podem contaminar a realidade na expansão a outros meios e suportes de circulação do literário. Como abordagem metodológica, levantamos uma bibliografia sobre os campos literário e fotográfico para suprir a necessidade de passos metodológicos convenientes à análise desses objetos inespecíficos. Para isso, mergulhamos em uma proposta aludida lateralmente por Roland Barthes n’A câmara clara (1984): uma “História do Olhar”. Com o auxílio do material teórico narratológico de Gérard Genette (1995) e de Mieke Bal (1990), entrelaçamos essa terminologia a dos estudos barthesianos e constituímos a História dos Olhares aludida pelo intelectual francês com vistas a sugerir caminhos metodológicos aos estudiosos de objetos inespecíficos, principalmente os parecidos aos que estudamos. Nossa hipótese inicial de trabalho dizia respeito às razões da infiltração, da expansão e da aparente inespecificidade desses textos denotarem o envolvimento com simulacros de seus autores. Confirmada essa hipótese, a nossa pergunta de pesquisa foi: como o simulacro autoral correspondia a outra via de produção da inespecificidade literatura-fotografia? Como tese defendemos que, em linhas gerais, esse apelo ao simulacro autoral é uma brecha da produção inespecífica que avança pelas frestas de outros gêneros e campos do conhecimento como aparente renovação à importância dada à presença autoral e esboroa a subjetividade implícita nesses meios de circulação.