Concordância verbal em português: um estudo sobre atitudes linguísticas em duas escolas públicas de Monte Azul Paulista-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ghessi, Rafaela Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191790
Resumo: O tema da avaliação deve ser discutido em estudos sobre variação e mudança linguística, pois suscita um processo de construção de julgamentos subjetivos do falante em relação a sua própria língua e à do seu interlocutor. Esses julgamentos estão ancorados na ideologia linguística de uma língua padrão, uma vez que os falantes acreditam que a língua existe em formas padronizadas e esse tipo de crença afeta o modo como pensam sua própria língua (MILROY, 2011, p.49). A escola, que tem como uma das disciplinas de ensino a língua materna, acaba sendo um ambiente propício para a distorção da realidade linguística e propagação de preconceitos linguísticos. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o ensino de língua portuguesa no Brasil, investigando atitudes linguísticas de professores e alunos de duas escolas da rede pública de Monte Azul Paulista, município do interior de SP, mediante o fenômeno variável de concordância verbal de terceira pessoa do plural. Para isso, este trabalho pautou-se no aporte teórico e metodológico da Sociolinguística Variacionista, buscando fazer uma reflexão sobre a Teoria da Variação e Mudança Linguística (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e uma revisão teórica acerca dos conceitos de atitudes e avaliações linguísticas (LABOV, 2008 [1972]; LAMBERT, 1967). Com relação à coleta do corpus, elaboramos uma proposta de redação aos alunos, com o propósito de selecionar e quantificar as ocorrências de CV. Paralelamente a essa etapa, elaboramos dois testes de atitudes linguísticas que foi aplicado aos professores de Língua Portuguesa e aos alunos, de modo a analisar a reação no que se refere às convenções e aos padrões institucionalizados, auxiliando na discussão da valorização e rejeição às variedades da língua em uso. Além disso, o objetivo deste trabalho é estabelecer uma relação entre as respostas dos professores e as atitudes dos alunos. A hipótese é a de que as atitudes dos professores de língua materna frente a fenômenos variáveis podem influenciar nas crenças e atitudes de seus alunos sobre a língua. As respostas dos testes confirmaram o prestígio da variante com a marcação de plural, indicando, portanto, o valor de uma variedade orientada para a ascensão social. Além disso, foi possível concluir que o ensino de língua portuguesa está distante de um ensino reflexivo e de uma pedagogia culturalmente sensível (ERICKSON, 1987).