Repercussão do diabete moderado no estresse oxidativo e hormônios pancreáticos ao longo da vida de ratas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Franciane Quintanilha Gallego
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153825
Resumo: Introdução: Durante o período neonatal de ratos, o pâncreas endócrino sofre remodelamento, sendo considerado uma janela crítica de desenvolvimento, que determina a fisiologia do pâncreas no organismo e possíveis doenças na vida adulta, dentre elas o diabete. Na gravidez, o pâncreas sofre adaptações. Por isso, é relevante entender os mecanismos envolvidos nas adaptações das ilhotas pancreáticas frente à associação gravidez e diabete, a qual pode estar relacionada ao quadro de estresse oxidativo e alterações no desempenho reprodutivo materno. Objetivo: Analisar a morfologia das ilhotas pancreáticas e o quadro de estresse oxidativo durante a janela crítica de desenvolvimento pós-natal e na prenhez de ratas com diabete. Materiais e método: Para a indução do diabete, os recém-nascidos fêmeas receberam droga beta (β)-citotóxica (streptozotocin – STZ, 100 mg/kg de peso corporal via subcutânea) no primeiro dia de vida. As fêmeas controle receberam apenas o tampão de citrato. O critério de inclusão para o grupo diabético foi glicemia ≥ 400 mg/dL no dia 5 de vida (D5) e, para o grupo controle, glicemia < 120mg/dL em D5. Os animais de ambos os grupos foram mortos em momentos diferentes: D5, D10, D15, D30 e no dia 18 de prenhez. Foi realizado a coleta de sangue (dosagem sérica de insulina e glucagon) e do pâncreas (análise morfológica). Os anticorpos utilizados para análise imunoistoquímica foram: anti-Pdx-1, anti-Ki-67, anti-insulina, anti-glucagon, anti-somatostatina, anti-superóxido dismutase 1, anti-glutationa peroxidase, anti-malondialdeído. O útero gravídico foi pesado e dissecado para análise das porcentagens de perdas embrionárias e fetais. Para todas as comparações foi considerado o limite mínimo de significância de p<0,05. Resultados: Em todos os momentos estudados (D5, D10, D15, D30 e prenhez) houve diminuição da porcentagem de células imunomarcadas para insulina e aumento da porcentagem de somatostatina e glucagon nas ilhotas pancreáticas das ratas diabéticas. O grupo diabético apresentou menor intensidade de marcação para SOD1 no D5, D10, D15 e D30, menor intensidade de marcação para GSH-Px no D10, D30 e na prenhez, aumento da intensidade da marcação de MDA na prenhez, menor porcentagem de células imunomarcadas para Pdx-1 e maior para Ki-67 quando comparadas às das ratas controle. Houve aumento da porcentagem de perdas pré e pós-implantação nas ratas prenhes com diabete moderado. Conclusão: A hiperglicemia afetou a composição celular das ilhotas pancreáticas durante toda vida, incluindo a prenhez, contribuindo para a diminuição da intensidade das enzimas antioxidantes e aumento do marcador de lipoperoxidação nos animais diabéticos, comprovando o quadro de estresse oxidativo pancreático. Isso influenciou negativamente a ativação do Pdx-1, diminuindo o estímulo para a síntese de insulina, levando a alterações glicêmicas mediante a um estímulo maior de glicose. Este desbalanço na homeostase da glicose sobrecarrega o pâncreas e levando ao aparecimento do diabete. Sendo assim, estas alterações morfológicas pancreáticas e o quadro anormal de estresse oxidativo decorrentes do diabete durante a janela crítica do desenvolvimento e na prenhez podem explicar as alterações existentes para o aparecimento de doenças na vida adulta. Desta forma, mais estudos precisam ser realizados visando medidas terapêuticas que possam prevenir ou minimizar as repercussões diabéticas a longo prazo.