Bullying: características desencadeadoras na opinião de universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Galli, Mariana Vicente [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150479
Resumo: O corpo, a mente, o cérebro e o comportamento humano passaram, ao longo do tempo, por pressões evolutivas, ou seja, alguns mecanismos foram mantidos e aprimorados com a seleção natural. Desta forma, o comportamento humano seria o resultado do predisposto biologicamente e a influência do ambiente. Assim, alguns comportamentos foram mantidos como, por exemplo, a tendência de viver em grupos que podem tanto beneficiar o indivíduo quanto distorcer e fazer com que o mesmo abandone suas concepções e ideais. O preconceito, o estigma e o estereotipo são exemplos de situações em que o sujeito enfrenta dificuldade na interação grupal. Há de se considerar também que, quando este indivíduo deseja realmente fazer parte do grupo, o mesmo é capaz de manipular seus comportamentos a fim de convergir com o grupo, modificando assim a sua imagem pública. O bullying também pode ser apontado com uma situação em que ocorre a dificuldade de ajustamento grupal, caracterizado por agressões, ações desrespeitosas e assédios, que ocorram de maneira recorrente e intencional sem uma motivação específica do agressor. Desta forma, esta pesquisa se justificou pela necessidade de se compreender por que alguns indivíduos são mais vulneráveis ou propícios a serem vítimas de bullying, e assim evoluir o conhecimento sobre o fenômeno, para se obter um recurso a mais no campo científico, bem como a possibilidade de intervenção e prevenção no âmbito social. Desta maneira, objetivou-se investigar qualitativa e quantitativamente quais as características das vítimas de bullying, com distinção entre homens e mulheres em diferentes fases do ciclo vital, que desencadeiam tais práticas na opinião de universitários. Participaram 76 universitários (38 homens e 38 mulheres), com faixa etária de 17-29 anos, que estavam no primeiro e segundo ano de faculdade, nos cursos de Psicologia, Engenharia Elétrica, Biologia e Jornalismo, de uma faculdade pública do interior de São Paulo. Utilizou-se como instrumento um questionário elaborado pelos pesquisadores, que buscou obter características femininas e masculinas, que os participantes julgavam desencadear as práticas de bullying na escola no Ensino Fundamental II (9º ano) / Ensino Médias (1ª a 3ª série) e Ensino Superior. Como resultado observou-se que as mulheres obtiveram maior variabilidade ao mencionarem as características, em relação aos homens. Notou-se que no passado (Ensino Médio) as características estavam relacionadas a aspectos psicológicos, sociais e, sobretudo físicos, enquanto no presente (Ensino Superior) houve prevalência de aspectos psicológicos e social. As cinco características mais citadas no passado foram: gordo, homossexualidade, racismo, nerd, comportamento sexual livre. No presente foram: ideologia, homossexualidade, comportamento sexual livre, racismo e classe social. Outro ponto foi que as mulheres apresentaram mais facilidade para mencionar características de ambos os sexos, enquanto os homens apresentaram mais aptidão para mencionarem características relacionadas ao próprio sexo. Como conclusão, o estudo apontou que as marcas ou sinais que desencadeiam as práticas de bullying são reais, além de comprovar que a distinção de gênero ligada às características das vítimas de bullying, está relacionada a fatores biológicos que se acentuam quando analisados sob uma perspectiva cultural. Também se confirmou a existência de características específicas que vulnerabilizam o indivíduo, além de se observar que a práticas hostis também ocorrem na universidade, sendo necessários projetos para promoção de práticas de respeito e aceitação das diferenças.