Influência da paisagem na estrutura e diversidade genética de uma espécie pioneira em fragmentos da Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gonçalves, Renata Fabrega [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153662
Resumo: Florestas secundárias são produtos da degradação de vegetação primária e subsequente regeneração natural e se destacam como um componente florestal dominante em paisagens tropicais, contribuindo para o restabelecimento das funções ecológicas e com o fornecimento de serviços ecossistêmicos. Porém, a capacidade de restauração depende primariamente da chegada e estabelecimento de plantas pioneiras, enquanto a manutenção das populações florestais depende de condições ambientais propícias, como a ocorrência de dispersão de sementes e fluxo gênico entre os fragmentos florestais e regenerantes. Com o intuito de avaliar como espécies vegetais pioneiras abundantes respondem à composição da paisagem o presente estudo analisou a variação espacial genética de Cecropia hololeuca Miq. (Urticaceae) ao longo de uma região heterogênea e com diferentes graus de fragmentação. O estudo foi realizado em 18 paisagens ao longo de um gradiente de cobertura florestal de 21% a 90% dentro da região do Corredor Cantareira-Mantiqueira. A partir de oito marcadores microssatélites, foi possível identificar três grandes agrupamentos genéticos, indicando fraca estruturação genética de C. hololeuca ao longo da região estudada. Os atributos da paisagem que mais contribuíram à diferenciação genética entre os grupos de indivíduos (populações espaciais) foram distância geográfica, proporção de área urbana e presença de rodovias e, também contribuindo de forma positiva, mas em menor intensidade, o eucalipto. Embora a cobertura florestal tenha diminuído a diferenciação genética entre as manchas, contribuindo na conectividade entre elas, esta contribuição foi a mais fraca dentre as variáveis testadas nos modelos. Desta forma, é importante considerar estruturas relacionadas à urbanização ao se tratar de conectividade funcional, já que o fluxo gênico parece estar respondendo de forma negativa aos impactos antrópicos recentes. Ainda assim, a utilização de C. hololeuca em programas de restauração ecológica para esta região apresenta grande potencial de sucesso, desde o seu estabelecimento em áreas abandonadas, devido às sementes que podem ser dispersas a longas distâncias, até contribuindo com condições favoráveis para o desenvolvimento da sucessão ecológica.