Avaliação do potencial anti-edematogênico, antinociceptivo e anti-inflamatório do extrato, frações e composto flavonoide de Cecropia hololeuca Miq. (Urticaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Teixeira, Felipe Marques lattes
Orientador(a): Vanderlinde, Frederico Argollo lattes
Banca de defesa: Vanderlinde, Frederico Argollo, Mateus, Maria Eline, Rocha, Fábio Fagundes da, Silva, Alba Cenélia Matos da, Costa, Edson Alves
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10309
Resumo: Cecropia hololeuca, popularmente conhecida como embaúba-prateada, pertence ao gênero Cecropia que consiste em cerca de 60 espécies, algumas delas amplamente utilizadas na medicina tradicional. Os flavonoides são amplamente distribuídos no reino vegetal e responsáveis por uma variedade de atividades farmacológicas. Este estudo investigou o potencial anti-edematogênico, antinociceptivo e anti-inflamatório do extrato aquoso (EACH), frações aquosa (FAqCH), butanólica (FBuCH), enriquecida em flavonoides (FEFCH), flavonoídica (FFCH) e composto flavonoide da Cecropia hololeuca, bem como o possível mecanismo de ação. O pré-tratamento com EACH (30-1000 mg/kg, p.o) produziu inibição dose dependente das contorções induzidas pelo ácido acético (DI50 190 mg/kg) em camundongos machos albinos da linhagem Swiss. A administração oral de FAqCH (180 mg/kg) e FBuCH (120 mg/kg) reduziu as contorções induzidas por ácido acético em 80% e 37,9%, respectivamente. A administração oral de EACH (1 g/kg) não produziu efeito antinociceptivo enquanto o controle positivo fentanil (50 μg/kg, s.c) aumentou o limiar nociceptivo no teste de imersão da cauda. Adicionalmente, EACH não alterou a atividade motora no teste do rota-rod, ao contrário do diazepan (5 mg/kg, i.p). No teste de pleurisia induzida por carragenina, a avaliação do EACH (100, 300 e 1000 mg/kg, p.o) evidenciou que a maior dose inibiu significativamente a migração de leucócitos em 50%, em relação ao veículo (1,5±0,3x106 leucócitos/mL). Nos experimentos com FAqCH (60, 180 e 600 mg/kg, p.o) e FBuCH (400 mg/kg, p.o), observamos que FAqCH inibiu a migração de leucócitos de forma dose dependente em 35,7%, 67,7% e 85,4%, respectivamente, e FBuCH reduziu a migração de leucócitos em 68,8%, quando comparados ao veículo (2,9±0,4x106 leucócitos/mL). Os animais pré-tratados com FEFCH (2,5, 5 e 10 mg/kg, p.o) reduziram a migração de leucócitos em 43,6%, 42,3% e 53,9%, respectivamente, em relação ao veículo (1,8±0,3 x106 leucócitos/mL). No teste de pleurisia induzida por carragenina o controle positivo dexametasona (2 mg/kg, s.c) apresentou valores semelhantes para inibição da migração de leucócitos. No modelo de artrite induzida por zimosan EACH, FAqCH, FBuCH, FEFCH, FFCH e a rutina inibiram a formação do edema articular, a nocicepção e a migração de neutrófilos para o espaço articular em pelo menos uma das doses testadas. A administração da rutina (30 mg/kg, p.o.) promoveu diminuição do diâmetro da articulação fêmur-tibial, antinocicepção através do teste de Von Frey e inibiu a migração de leucócitos para a cavidade articular em 42,9%, 24,4% e 48,7%, respectivamente, em relação ao veículo e semelhante ao controle positivo dexametasona. Adicionalmente, os tratamento com EACH (1 g/kg, p.o), rutina (30 mg/kg, p.o) e dexametasona (2 mg/kg, s.c) reduziram a concentração de TNF-α no macerado articular, em 32,8%, 47% e 64%, respectivamente, quando comparados ao grupo veículo (146,5±21,5 pg/g de tecido). Estes resultados indicam que o EACH e as frações isoladas da Cecropia hololeuca produziram atividade anti-edematogênica, antinociceptiva e anti-inflamatória. A avaliação da rutina no modelo de artrite induzida por zimosan sugere que este importante flavonoide possa ser responsável pelas atividades promovidas pelo EACH através da inibição de TNF-α, justificando os relatos do uso etnomedicinal desta espécie em doenças inflamatórias.