Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Farias, Renan Lira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192639
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Resumo: |
Prescrições semanais de 2 a 5 mg kg-1 de cisplatina tem oferecido um avanço no tratamento de vários tipos de cânceres geniturinários, sendo as taxas de sobrevida ca. 98%. Contudo, os complexos de Pt(II) se mostram inespecíficos frente às células normais de rápida proliferação, o que limita a dose a ser administrada. Nesta tese de doutorado, foram preparados oito complexos de Pd(II) do tipo [PdCl2(L)PPh3]Cl (família 1 a 4) e [Pd(L)2] (família 5 a 8), onde PPh3 = trifenilfosfina e L = trans-cinamaldeído-N4-R-tiossemicarbazona (R = H, Metila, Etila e Fenila). Os compostos foram caracterizados através das técnicas espectroscópicas de infravermelho com transformada de Fourier, ressonância magnética nuclear de 1H, 13C e 31P. As formulas mínimas e purezas dos compostos foram determinadas através de microanálise CHN%. Dados de condutância molar em DMF exibiram o perfil de eletrólito 1:1 para 1-4, enquanto os complexos 5 a 6 foram não eletrólitos. Os complexos 2, 3 e 6 formaram cristais aptos aos experimentos de difração de raios X por monocristal e obtiveram suas estruturas cristalinas resolvidas. Com o intuito de selecionar compostos líderes, ensaios in vitro de citotoxicidade e efeitos hemolíticos foram conduzidos como sequência de triagem. As respectivas citotoxicidades para todos os compostos foram investigadas pelo método colorimétrico MTT e expressas como CI50, frente às culturas tumorais humanas MCF-7 (adenocarcinoma mamário) e A549 (carcinoma de pulmão). Além disso, os índices de seletividade (IS) foram estimados a partir das razões entre os valores de CI50 frente às culturas celulares não tumorais MRC5 (fibroblasto de pulmão) e LLC-MK2 (rim de macaco Rhesus). Assim, três compostos foram considerados promissores (L3, 3 e 7), entretanto, apenas o complexo 3 exibiu padrões aceitáveis de hemólise, < 9 %. Ensaios de supressão de fluorescência evidenciaram que adições crescentes de 3 promovem decréscimo na banda de emissão correspondente a HSA ( λmax = 333 nm) através de um mecanismo de supressão misto (dinâmico + estático). Os parâmetros termodinâmicos ΔH > 0 e ΔS > 0 indicaram que o processo ocorre por interações predominantemente hidrofóbicas. Outros estudos de ligação com a biomolécula ctDNA foram empregados. O valor da constante de formação aparente (Kb = 6,63 x 103 M-1), em combinação aos experimentos de CD e competição com a sonda Hoechst 33258 sugerem fraca interação do complexo 3 pelo ctDNA. A atividade antitumoral de 3 foi investigada in vivo através do implante de tumor xenográfico de células MCF-7 em camundongos nude BALB/c. Em dose única (i.p) de 5 mg kg-1, 3 exibiu atividade antitumoral capaz de retardar a progressão tumoral entre o 2º e 7º dia de tratamento, com regressão do tumor até o 16º dia de tratamento. É importante ressaltar que a partir do 7º dia de tratamento até o 4º dia após o tratamento, 3 induziu a redução de apenas 7,8 % no peso corporal dos animais. Esses resultados são promissores tendo em vista que a redução está de acordo com padrões éticos. A capacidade de 3, e seus análogos, 1, 2 e 4, em inibir a ação de decatenação do kDNA mediada pela enzima Topoisomerase IIα foi avaliada pela técnica de eletroforese em gel de agarose. Os dados mostraram que apenas 3 e 4 foram capazes de inibir parcialmente o funcionamento da enzima para as concentrações entre 1 a 100 μM, enquanto que 2 demonstra leve atividade a 100 μM. Cálculos in silico sugeriram que 2, 3 e 4 estariam atuando como moduladores alostéricos. Portanto, os resultados dessa tese são promissores e parecem convergir ao arcabouço molecular [Pd(II)(TSC)PR3] (sendo, TSC = tiossemicarbazona bidentada e PR3 = fosfina terciária) como arquitetura privilegiada para o design de novos metalofármacos antitumorais mais seletivos as células tumorais como resultado da afinidade por outro alvo terapêutico que não o DNA. |