Avaliação da escrita no processo de alfabetização e projeto de reforço na rede municipal de Rio Claro – SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Zacharias-Carolino, Aline Gasparini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258427
Resumo: Esta tese tem como objetivo geral investigar as formas de avaliação da escrita adotadas por professoras alfabetizadoras, pertencentes às salas regulares e às salas de reforços, das turmas de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental da rede pública municipal de Rio Claro – SP. Como objetivos específicos pretende-se: (a) identificar os parâmetros para encaminhamento dos estudantes ao projeto de reforço, devido a dificuldades frente ao processo de alfabetização, com ênfase na escrita; (b) descrever medidas educacionais, via políticas públicas em âmbito municipal, direcionadas ao atendimento a esse público específico; (c) realizar um levantamento da quantidade de escolas de E.F. existentes no município, identificando e caracterizando o número de estudantes atendidos em turmas de reforço; e (d) caracterizar as propostas didático-metodológicas utilizadas no trabalho pedagógico com os estudantes das turmas de reforço, visando auxiliar na superação das dificuldades apresentadas. Isto posto, participaram da pesquisa quinze professoras, sendo doze professoras da sala regular atuantes em turmas do 1º ao 3º ano e três professoras do projeto de reforço, uma atuante com as turmas de 2º ano, a partir da docência compartilhada e duas em turmas de 3º ano, que se caracterizavam como multisseriadas, na medida em que envolviam estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental I. Desse modo, a coleta de dados envolveu três momentos: entrevista semiestruturada e coleta de instrumentos avaliativos com professoras alfabetizadoras; levantamento e caracterização, junto a Secretaria da Educação, do número de alunos atendidos no projeto de reforço, e observação das aulas de reforço, assim como entrevista com professoras responsáveis pelas turmas e coleta de instrumentos avaliativos. Os resultados indicam que o ditado surge como principal instrumento avaliativo utilizado em turmas do 1º a 3º ano, embora receba graus de significância distintos. No contexto do projeto de reforço, tal instrumento também é mencionado, porém seu uso apresenta diversas inconsistências, indicando uma incontestável indeterminação e falta de intencionalidade quanto ao como e o que se avalia. Ademais, constatou-se uma falta de progressão entre os conteúdos avaliados nos dois âmbitos e identificou-se que pressupostos da avaliação formativa estavam presentes de forma difusa nas práticas das professoras participantes, apresentando grandes variações ou abordando elementos de forma isolada. Como consequência, o encaminhamento ao projeto de reforço demonstrou não possuir critérios claramente definidos, recebendo influência direta da concepção das professoras sobre o processo de ensino-aprendizagem e avaliação. As observações das práticas didático-pedagógicas desenvolvidas nesse contexto aludem tanto a trabalhos pautados nos métodos sintéticos, como propostas fundamentadas em abordagens construtivistas e ainda aquelas que se mostraram mistas, pois abordavam elementos ancorados em diferentes concepções, manifestando um evidente ecletismo teórico. Por fim, considera-se que o projeto de reforço pode se constituir como uma importante política educacional municipal que privilegia o respeito à diversidade e ritmos de aprendizagem, com práticas de alfabetização contextualizadas e inclusivas, desde que haja clareza quanto à sua função, aliada ao delineamento de metas e objetivos consistentes, com progressão e articulação entre o que é ensinado e o que é avaliado. Caso contrário, corre-se o risco de que esse espaço incida na reprodução das desigualdades educacionais e perpetuação de formas de exclusão intraescolar.