Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Goto, Carine Sayuri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153085
|
Resumo: |
Este trabalho buscou refletir sobre a Reforma Psiquiátrica (RP) no Brasil contemporâneo, entendendo esse último termo como o momento em que vivemos, fortemente marcado pelo capitalismo e pelo Discurso do Capitalista, definido por Jacques Lacan. As reflexões expostas nesse trabalho foram suscitadas pela experiência sorocabana, na medida em que estivemos inseridos como trabalhadores. Nesse período elaboramos um Diário de Campo que nos serviu posteriormente para a composição desse trabalho. Com a intenção de subverter a organização social do trabalho, na qual alguns pensam e outros executam, sendo que a universidade pode ser uma grande representante desse modelo, destinada aos pensadores, encarnamos inicialmente o trabalhador que exercia sua prática sem desviculá-la da reflexão e, posteriormente, encarnamos o pesquisador que refletiu mais aprofundadamente sobre a experiência inicial. Para captar as transformações sociais e subjetivas optamos por uma introdução histórica para compreender o início da RP, inspirada na Reforma Sanitária e seus ideais de mudanças estruturais na sociedade, ao mesmo tempo em que fomos decifrando o interesse do Capital, em seu modo neoliberal, nas políticas públicas da saúde e na organização da medicina como mantenedora da força de trabalho, é nesse aspecto que também incluímos a psiquiatria. Na passagem do capitalismo industrial para sua versão financeirizada, procuramos refletir sobre as instituições produzidas na Saúde Mental, que sai do modelo manicomial para o modelo aberto. Nessa transformação identificamos a necessidade do capitalismo em abrir novos mercados, em um movimento incessante, necessário para sua existência. A psiquiatria comunitária marca bem essa transformação, saindo do interior dos muros dos manicômios para se disseminar na sociedade, aumentando com isso o faturamento da Indústria Farmacêutica, que no Laço Social contemporâneo corresponde a colocar a medicação no lugar de gadget. A psiquiatria DSM, assim denominada pela sua submissão ao manual de diagnósticos, foi alvo de nosso debate, na medida em que a formação dos psiquiatras se define como a-política e científica, assim como o DSM III, versão que foi marcada na história da psiquiatria pela retirada da influência psicanalítica. Como tentativa de ilustrar nosso exercício de pensamento, apresentamos no final da dissertação a experiência da cidade de Sorocaba, que no ano de 2013 iniciou o maior processo de desinstitucionalização do país, com a pretensão de fechar quatro hospitais psiquiátricos no período de três anos. Nosso trabalho buscou o diálogo da crítica da economia política, inaugurada por Karl Marx, e a psicanálise de Jacques Lacan, para pensar as transformações no campo da Reforma Psiquiátrica e Atenção Psicossocial. |