Palavras-sopros de corpos em trânsitos: uma cartografia de experiências queers e seus não-lugares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Melo, Rogério Amador de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215039
Resumo: Esse relatório de pesquisa (tese) registra as experiências de corpos de homens-cis que se expressam e/ou se nomeiam corpos queers localizados e situados nos universos queers do Projeto Queer, Cidade Queer e Catálogo Performance Queer [SSEX BBOX] que acontecem em São Paulo, Curitiba e virtualmente. Para tal registro utilizei a Pesquisa Cartográfica e os Estudos e Perspectivas Queers, apostando na potência que tal diálogo tem em criar linhas de vizinhanças com a postura ética, estética e política dos corpos que aqui são apresentados, bem como com a intenção de subverter e romper com um saber-fazer pesquisa enviesado por uma visão cisheterocentrada, falocêntrica, normativa e colonizadora do conhecimento. Colocamo-nos como objetivo desta pesquisa problematizar, a partir das linhas-fluxos que se enunciam nas palavras-sopros compartilhadas pelos dez colaboradores protagonistas desta cartografia, as (des)conexões, proposições, silenciamentos, críticas, alianças, recusas e o inadequarem-se às políticas de subjetivação cisheteronormativas capitalistas vigentes que tais corpos vivenciam e propõem no cotidiano. Tal inadequação, inclusive, faz-se nítida ao se identificarem e/ou se apropriarem do termo queer enquanto uma ética/política/estética de existência. É importante acrescentar que, inclusive, o próprio autor desta pesquisa passou pelo processo de queerização de seu corpo, de desconstrução de suas referências cisheteronormativas na construção de sua masculinidade ao protagonizar um ensaio fotográfico que hoje consta no Catálogo Performance Queer. Deste modo, foi material de análise da pesquisa, além do mergulhar do meu corpo-experiência nesses territórios existências, as entrevistas e encontros realizados de maneira presencial e virtual. A partir deste material, evidenciou-se que as estratégias encarnadas por esses corpos foram singularmente construídas, seja de maneira anterior à chegada no Brasil do termo queer ou por contato com as propostas teóricas-metodológicas dos estudos e perspectivas queer. Por fim, enredou-se nesse desenho cartográfico que, um dos caminhos apontados como terreno fértil para a germinação de outras sensibilidades, percepções e gestos relacionais entre os marcadores sociais de diferença podem advir do território da arte. Isto é, ter a arte como abertura para exploração e invenção de outros im/possíveis, que nas suas dobras e desdobras se faz força capaz de ativar o sensível em nós seres viventes para ousarmos outras escritas de si, para desafiarmos o poder, para irmos além do previsível, para que novas palavras soprem outros ventos.