Atenção integral à saúde de crianças e adolescentes com afecções congênitas: o impacto da pandemia COVID-19 sobre a assistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Russoni, Caio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257493
Resumo: Com o início da pandemia COVID 19 a partir de março de 2020, ocorrem inúmeros casos e mortes pelo adoecimento da população pela doença. Dessa forma, inúmeros serviços médicos, tais como Undiades Básicas de Saúde e Serviços Secundários e Terciários tiveram que se reestruturar visando ao atendimento desses pacientes. Objetivos: Caracterizar o Serviço de Pediatria Genética e sua inserção no sistema de saúde, descrevendo os atendimentos realizados, a caracterização das crianças e adolescentes atendidos, os diagnósticos das afecções assistidas, o impacto da pandemia sobre o seguimento e a avaliação sobre o impacto na assistência destas crianças, pelo uso do serviço. Considerado para avaliação o período de 2020 a 2022, comparado com os anos de 2016 a 2019. Método: Estudo incluindo os dois ambulatórios de genética do Hospital das Clinicas de Botucatu - Serviço de Pediatria Genética, com levantamento de dados quantitativos, em registros de sistema eletrônico de atendimento, disponibilizado pelo serviço. Foram levantados: cidade de procedência; número de consultas realizadas; idade das crianças no início do seguimento; diagnósticos pelo CID-10; número de casos novos e de consultas ambulatoriais no Serviço de Pediatria Genética; de atendimentos em urgência e/ou internação; número de especialidades em seguimento conjunto; principais exames laboratoriais realizados no período. Resultados: Foram vistos no período 410 pacientes, sendo o número de atendimentos ambulatoriais de 843, com redução de 400 atendimentos em relação ao ano de 2019, e de 247 ao ano inicial da pandemia, portanto, uma redução de 38,2% no número de atendimentos. A maior frequência de atendimentos foi entre menores de quatro anos de idade (50,7%), com destaque para o ano de 2021 no qual com maior percentual de atendimentos para crianças menores de um ano de idade (36%). Entre os anos de 2020 a 2022 houve um crescimento no número de atendimentos ano a ano, porém sem atingir os valores pré pandêmicos (2019). Eram procedentes de Botucatu 23,2% dos pacientes, sendo que outros 69 municípios respondiam pelo restante dos atendimentos. No período do estudo, 199 iniciavam seguimento (48,5%), sendo a maioria nos anos de 2021 e 2022, respectivamente, 43,2% e 37,1%. O principal diagnóstico associado aos pacientes foi relacionado ao Capítulo XVII – Malformações, anomalias congênitas (75,6%), seguido pelo Capítulo V – Transtornos mentais e comportamentais (5,8%). A principal especialidade médica em seguimento conjunto foi a Neurologia Infantil, sendo destes 40,4% que realizaram consulta no período. Em consulta multiprofissional foram 64,4% dos pacientes sendo a terapia ocupacional a principal especialidade (18%). O ano de 2021 teve o maior percentual de atendimentos em urgência/emergência (35,7%), seguido pelo ano de 2022 (35,1%); e a maior concentração de internações ocorreu no ano de 2020 (35,1%), seguido pelo de 2021 (33,9%). Houve uma redução na realização dos exames laboratoriais, com destaque para a redução de 55,9% de cariótipos em comparação com o período de 2016-2019. Conclui-se que houve um impacto efetivo no seguimento destas crianças durante o período da pandemia, e que estratégias para a não perda deste acompanhamento é fundamental para estas crianças, que necessitam de estimulação e cuidado integral de forma contínua para manutenção e aprimoramento de suas condições de saúde.