Fatores que dificultam a indicação da profilaxia pós-exposição antirrábica por profissionais de saúde no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Ramiro Monã da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PPE
PEP
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/237258
Resumo: A profilaxia pós-exposição antirrábica (PPE) é necessária para prevenir a raiva, porém sua indicação precisa ser otimizada para evitar o uso inapropriado na população. No Brasil, o número de pacientes mordidos por cães permanece alto, com apenas 45% dos pacientes recebendo PPE indicada de forma inadequada entre 2008 e 2017. O objetivo do estudo foi identificar os fatores que dificultam a indicação correta da PPE através de questionários realizados com profissionais de saúde responsáveis pelo preenchimento da ficha de atendimento antirrábico nacional e pela administração da PPE em pacientes mordidos por cães. Foi conduzido 147 questionários com profissionais que trabalham em centros de saúde dos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, com o objetivo de entender quais aos critérios utilizados por profissionais para classificar um cão como ‘suspeito’, ‘raivoso’ ou ‘observável’; foi avaliado, também, o conhecimento na prescrição de PPE, correto preenchimento da ficha do atendimento antirrábico e comunicação com veterinários. A análise feita revelou que a maioria dos profissionais de saúde envolvidos na pesquisa tem muita dificuldade para classificar um cão como ‘suspeito’ de raiva e de indicar corretamente o protocolo de PPE a ser seguido, com apenas 11% dos profissionais prescrevendo a profilaxia apropriadamente baseado em 4 cenários propostos com pacientes mordidos por cães. A pontuação de conhecimento foi maior em centros de saúde de regiões com maior incidência de mordidas por cães e também nos profissionais treinados. Em contraste, a pontuação de conhecimento não variou significativamente entre estados e também não houve correlação com o nível de experiência do profissional, o número de colegas presentes na unidade de saúde ou a confiança do profissional na escolha do protocolo da PPE. Esses resultados ressaltam a necessidade de otimizar a administração da PPE no Brasil com programas de treinamento que enfatizam como classificar um cão e indicar a PPE em diferentes cenários, além de aprimorar a comunicação com veterinários.