Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ercolano, Ruchelli Stanzani |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191152
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Resumo: |
A presente pesquisa pretendeu investigar o trabalho de professores que atuam na educação escolar em prisão, a fim de (re)conhecer os aspectos constituintes do cotidiano de trabalho desses professores. Nesse sentido, este trabalho identificou os aspectos potencializadores e limitadores da atividade docente de modo a apoiar não somente a reflexividade e a apropriação dos conhecimentos sobre a atividade laboral, mas também com vistas ao aprimoramento e à transmutação do trabalho por ação do próprio profissional. Os dados foram obtidos juntamente a dois professores vinculados a uma escola técnica do Centro Paula Souza e que lecionam em penitenciária de uma cidade média do interior paulista, a partir do método interventivo e de coanálise do trabalho, a instrução ao sósia, criado por Ivar Oddone em 1970 e aperfeiçoado pela Clínica da Atividade, cujo principal representante é Yves Clot. A aplicação da instrução ao sósia se deu basicamente pelo diálogo estabelecido entre pesquisadora e professor em que a primeira assumiu o papel de sósia que deveria substituir o docente em um dia de trabalho, enquanto o último teve a função de instruir a pesquisadora acerca de suas ações laborais diárias abordando as minúcias do seu trabalho a fim de que, ao transformar a sua atividade em linguagem, o professor redescobrisse e examinasse, de maneira diferente, seu trabalho. Assim sendo, essa investigação oportunizou aos professores um espaço em que pudessem falar sobre seu trabalho, de forma individual e coletiva, de modo a refletir sobre suas práticas, compartilhar sentimentos e afetos, socializar saberes, identificar facilidades e dificuldades, além de fortalecer o gênero profissional, enfatizando a importância das construções coletivas. Foram identificadas nove categorias analíticas, as quais emergiram da literatura examinada e do campo de pesquisa que envolveu o trabalho de professores na prisão, sendo elas: prescrições documentais relativas ao trabalho docente na prisão; a socialidade e a cultura carcerária; a identidade de camaleão; a relação professor-aluno; o ethos do capitalismo e o seu discurso dominante; o trabalho estranhado; o real da atividade: o trabalho docente entre grades; encontro de experiências: a ampliação do poder de agir e a revitalização do gênero profissional; e impressões e considerações sobre o dispositivo metodológico de instrução ao sósia. Portanto, este estudo tencionou contribuir com o trabalho dos professores na prisão no sentido de torná-los conscientes e empoderados de sua atividade laboral, conseguindo visualizar diferentes modos de executar a mesma tarefa; oferecer oportunidade para analisar, repensar, reconsiderar e reorganizar o seu trabalho; ampliar o poder de agir dos professores a partir do reconhecimento do trabalho para além do plano realizado; promover transformação do trabalho no modo de ver, perceber e experienciar, além de ter acesso ao real da atividade pela reconfiguração daquilo que não foi executado. Por fim, pode-se afirmar que a pesquisa apontou para a necessidade de considerar o ensino escolar nas prisões como aquele que leve em conta o caráter permanente da educação e o contínuo processo de formação humana, apoiando a humanização, a valorização e emancipação dos sujeitos. |