Quantificação do amido na madeira de seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell-Arg.]

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cherelli, Sabrina Galetti. [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180680
Resumo: O amido é o principal carboidrato de reserva das plantas, composto por dois tipos de α-glucanas, amilose e amilopectina, e tem um importante papel no metabolismo das árvores, incluindo sua importância para estudos de resposta das plantas à diferentes situações durante seu ciclo fenológico e como uma ferramenta complementar para predição do desempenho de sistemas de sangria nas seringueiras, assim como a associação de seu acúmulo com o crescimento e com a rebrota. Este constituinte é encontrado em grande quantidade na madeira de H. brasiliensis. Contudo, a quantificação de amido em madeira ainda é considerada problemática por diversas razões que vão desde a escolha até a implementação de um método adequado, apesar da grande quantidade de estudos encontrados na literatura. Considerando a importância deste carboidrato nas plantas e a problemática envolvida na escolha de um método de quantificação adequado para madeira, quantificou-se o teor de amido em amostras provenientes da direção radial (sentido medula ‒ casca) em discos de H. brasiliensis por dois protocolos diferentes, buscando, entre as técnicas convencionais de hidrólise (ácida e enzimática), qual é a mais apropriada para esta espécie e sugerir um protocolo de quantificação de amido viável à empresas produtoras de seringueira, caso queiram utilizar a quantificação de amido num processo de controle de qualidade da espécie, e à laboratórios de pesquisa com madeiras. Também analisou-se a distribuição radial de amido em amostras de H. brasiliensis coletadas em duas estações do ano e dois locais de crescimento das árvores e adicionalmente estimou-se a longevidade do alburno desta espécie por meio de análises microscópicas. Para o estudo metodológico, analisou-se cinco amostras radiais de discos de quinze árvores por dois diferentes protocolos. No protocolo 1 utilizou-se ácido para a hidrólise do amido e o método antrona para quantificação de glicose e no protocolo 2 utilizou-se enzimas para a hidrólise do amido e peroxidase-glucose oxidade (PGO) e o-dianisidina para quantificação de glicose. Para analisar a distribuição radial do amido em diferentes estações do ano e diferentes locais de crescimento das árvores, utilizou-se o protocolo 2 (hidrólise enzimática) em cinco amostras radiais de discos de oito árvores em ambos locais de crescimento e estações seca e chuvosa. Para observação da distribuição radial do amido e estimativa da longevidade do alburno desta espécie, utilizou-se análise microscópica pela observação de grânulos de amido corados com lugol e a observação de tilos comuns para caracterização de cerne. Comparando o teor de amido entre os dois protocolos utilizados, observou-se que o teor de amido foi significantemente maior no protocolo 1. Ambos os protocolos apresentaram boa precisão, apresentando um baixo coeficiente de variação. O protocolo 1 apresentou-se mais vantajoso em termos de tempo, facilidade de execução e custo de análise, podendo ser utilizado a nível de comparação de resultados, pois se mostrou sensível o suficiente para detecção de diferenças entre as amostras radiais estudadas. A periculosidade do protocolo 1 é maior devido a instabilidade do ácido perclórico, que pode sofrer decomposição de forma explosiva, devendo ser manuseado com os equipamentos de segurança adequados. A acurácia dos valores obtidos pelos protocolos não pôde ser avaliada diretamente, uma vez que não se encontra um valor padrão exato de porcentagem de amido na madeira de seringueira em diferentes amostras radiais. Isso nos leva a sugerir à empresas produtoras de seringueira e à laboratórios de pesquisa com madeira o protocolo 1, quando o objetivo da análise for a comparação entre resultados, e o protocolo 2, quando o objetivo for uma quantificação de amido com maior exatidão, devido à maior seletividade do amido pelas enzimas. A distribuição de amido na seringueira é decrescente desde o alburno até o cerne, apresentando maiores quantidades no alburno, com declínio no alburno mais externo sugerindo seu consumo na atividade do câmbio vascular para o crescimento radial. Encontrou-se maior teor de amido na madeira coletada no inverno e em árvores que cresceram no local com solo do tipo Latossolo. A longevidade média do alburno foi de 20 anos, mostrando que as árvores de 25 anos amostradas possuem cerne formado com grande presença de amido, contradizendo relatos encontrados na literatura sobre a depleção ou ausência de amido no processo de morte das células parenquimáticas e consequente formação de cerne. Portanto, pode-se afirmar que, para H. brasiliensis não deve-se utilizar a ausência de amido para caracterização de cerne.